— Achei que os seus pais estariam aqui...- Jeon murmurou assim que abrimos a porta da minha casa.
— Você sabe como é: meu pai trabalha o dia inteiro, e a mamãe voltou a atender pacientes...- Expliquei.
Omma era psicóloga e pedagoga infantil, ou seja, sou a paciente dela desde que me entendo por gente. Ela sabe bem quando escondo algo, ou quando não estou feliz.
— Tem certeza de que não quer ir para o hospital? Quero dizer, é perto daqui e-
— Eu vou sobreviver, Jungkook. Relaxa.- Falei indo para a cozinha, abrindo o congelador e pegando uma bolsa de gelo.
O garoto se sentou na banqueta, observando tudo o que eu fazia com os olhos de jabuticaba. Amarrei os cabelos úmidos de cloro em um coque mal feito, levando a bolsa de gelo até o rosto.
— Essa merda dói.- Reclamei fazendo uma careta, e o vi sorrir de lado.— O que foi? Você não tem que ir embora, não?
— Não vou embora até ouvir você dizer.
— Dizer o que, Jungkook?
— A palavrinha mágica.
Pelo amor de Deus. Parece que tínhamos doze anos novamente.
— Tá falando sério?- Franzi a testa.— Se eu não disser, o que você vai fazer?
— Vou te fazer companhia pelo resto do dia.
— Céus, prefiro a guilhotina...- Revirei os olhos e me encostei na bancada.— Aqui vai: obrigada, Jungkook!
— E o que mais?- Ele virou a cabeça para o lado, como um filhotinho curioso.
— Tem mais?- O encarei indignada, suspirando em seguida.— Merda. Obrigada pela carona. E pela ajuda na piscina.
— E por dar uma surra no culpado.- Jungkook completou, sorrindo como se aquilo não fosse nada.
— Isso não é motivo de "obrigado"...- Ri baixo, fazendo uma careta de dor em seguida.— Ai...
Jeon saiu da banqueta e deu a volta na bancada, se aproximando de mim. Tirou a bolsa de gelo de minhas mãos e segurou o meu rosto com as suas mãos.
— O que está fazendo?- Perguntei sentindo o meu corpo tensionar por estar tão perto do seu.
— Droga, isso vai ficar roxo...- Ele resmungou enquanto analisou o meu rosto, já um pouco inchado.— Precisa que eu vá buscar algum remédio?
— Não, e-eu tô bem. Quero dizer, vou ficar.- Gaguejei forçando um sorriso, tirando as suas mãos quentes do meu rosto.— Pode ir embora agora, se quiser. O horário de almoço do colégio já está acabando, de qualquer maneira...
— Tudo bem, então.- Jungkook assentiu, devolvendo a bolsa de gelo ao meu rosto e sussurrando.— Se cuida, okay? Taehyung me mataria se soubesse que não te entreguei em casa sã e salva!
Engoli seco, percebendo o meu corpo relaxar assim que ele se afastou de mim. O que foi? Não faço ideia e prefiro não saber também.
O vi alcançar a sua mochila e se preparar para deixar a minha casa, mas algo apitou dentro do meu cérebro de repente.
— Jungkook!- O chamei e depois franzi a testa, não entendendo o que eu mesma estava fazendo.
— Sim, Haewon?- Ele espiou pela porta da cozinha.
— Você não quer almoçar aqui?- Por que eu falei isso? Pelo amor de Deus.— Quero dizer, podemos fazer um espaguete e-
Me atrapalhei toda com o meu "convite" repentino e o vi sorrir. Jungkook me conhecia o suficiente para saber que essa era a minha forma de agradecer alguém por me ajudar com algo: ações de serviço. Mesmo se eu não gostasse tanto da pessoa, como era o seu caso.
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jealousy + jjk (EM REVISÃO)
FanficHaewon simplesmente não suportava o melhor amigo de seu melhor amigo, Jeon Jungkook. Depois de dois anos fora morando no Japão, o insuportável voltou para ficar. Ela só não esperava se apaixonar pelo seu sorrisinho ladino debochado, suas tatuagens...