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— Eu não quero ir...

— Eu sei, baby, mas já passou da sua hora de dormir.

— Eu estou... — (Bocejo.) —... sem sono...

— Claro, claro — Alex acalma, atirando para Gabi, Roberta e Sarah um olhar divertido por cima da cabeça de Juju, que está pendurada no ombro de Alex enquanto ele a carrega pelo estacionamento em direção ao carro de Roberta. Vivian está agarrada à mão de sua mãe, os olhos caídos e os pés se arrastando, um bocejo abrindo seu rosto a cada poucos passos.

As meninas sabiam que não seriam capazes de ver Sheilla e Aninha depois, uma vez que estariam em uma reunião de elenco pós-apresentação. Provavelmente é melhor, pensa Gabi, esses bebês precisam estar na cama. Tipo, uma hora atrás. Ela ajuda a colocá-los no carro de Roberta e acena enquanto eles partem.

Ela não recebeu nenhum texto de Sheilla indicando quando e onde elas devem se encontrar, então leva um tempo vagando de volta para o teatro, que está se esvaziando. Esquivando-se entre famílias e casais que se dirigem na direção oposta, Gabi olha ao redor no saguão escuro. Parece um estádio vazio depois de um grande jogo. Há aquele precipício repentino - aquele anticlímax, após dias de acumulação. O jogo está ganho, a dança está terminada, os assentos estão vazios, as luzes estão apagadas.

No saguão vazio, quando as luzes começam a se apagar, Gabi se vê vagando até o pé do enorme pôster de Sheilla. Parece ainda mais imponente agora: Sheilla no céu, confiante e gloriosa, pairando sobre Gabi, que está de pé minúsculo, frágil e incerta no chão. Por um momento, ela se sente oprimida pelo brilho e glamour.

Sheilla, a garota no centro das atenções, a estrela, ela pensa, contra mim, a garota no chão. Nem mesmo no solo - no subsolo.

Mas então, enquanto ela está lá, olhando para a faixa, outro pensamento começa a se formar em sua mente:

Mas talvez isso não seja Sheilla.

A garota perfeita, dura e brilhante olhando com confiança para o mundo do banner - não é Sheilla, é? Não há necessidade de se intimidar. Ela não precisa tentar se comparar ou ganhar a atenção dessa deusa inatingível no pôster. Sheilla, a verdadeira Sheilla, é amorosa e bondosa, atenciosa e doce. Sheilla apenas coloca uma máscara, uma capa para o resto do mundo.

E Gabi permite não se assustar com a fachada, ou então ela não será capaz de estar lá para apoiar a Real Sheilla por baixo.

E isso é tudo que Gabi quer, de verdade. Apenas estar lá. Só ficar com ela. A verdadeira Sheilla. Gabriela só quer abraçá-la e fazer com que ela se sinta bem, da mesma forma que Sheilla faz com ela.

De repente, ela se sente inquieta. Verifica seu telefone. Ainda não há mensagens de texto, e já se passou mais de uma hora desde a chamada ao palco. Onde está Sheilla? Ela está bem? Gabi olha para as portas do teatro, que ainda estão abertas, embora as luzes de dentro estejam apagadas. As portas escancaradas que conduzem para a escuridão de repente parecem ameaçadoras, como uma mandíbula aberta, ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao pensar em Sheilla ali sozinha em algum lugar. Gabriela sente uma necessidade repentina e irracional de chegar até ela, nos bastidores, onde quer que esteja.

Ela começa a ir em direção às portas, sua caminhada rápida se transforma em uma corrida enquanto passa pela soleira para o teatro escuro. Ela dispara pelo corredor do espaço agora vazio, onde os recepcionistas se movem, lentos e como zumbis, entre as fileiras, pegando programas de teatro perdidos.

— Ei! Com licença! — Um deles grita enquanto Gabi passa voando, seguindo o caminho que ela e Aninha fizeram para chegar aos bastidores no primeiro dia. — Estamos fechados agora!

Like Grey Skies | SHEIBIOnde histórias criam vida. Descubra agora