Jungkook olhou a construção charmosa e elegante, e pensou que se os pais a vissem iriam chama-la de bangalô. Mas na Seul de hoje ninguém devia conhecer o significado dessa palavra que ele ouvia desde pequeno.
Jimin tocou a campainha. Latidos de cães foram ouvidos.
— Ela tem dois dálmatas. — comentou o mesmo.
— O marido dela faz o quê?
— É uma solteirona. — Respondeu Jimin. — Por aqui tem fama de ser uma excelente cirurgiã.
A porta se abriu e os dálmatas, com suas manchas pretas, acesos, apareceram no jardim fronteiro saltando e latindo. Uma mulher de meia-idade, baixa e gorda, como um barril cortado ao meio, lembrando ilustrações de livros infantis, de blusa e calça comprida, surgiu no retângulo iluminado.
— Quem é?
— Eu. — Disse o menor. — Jimin. O amigo de Lucas. Lembra-se?
— Claro! — Exclamou a doutora após uma pausa. E foi abrir o portão. — Não tenham medo que eles não mordem.
— Este é Jungkook, irmão de Lucas. — Apresentou Jimin.
— Muito prazer. Eu e seu irmão somos muito amigos. Vamos entrando.
Os três entraram no bangalô acompanhados pela ruidosa cachorrada, que não parava de saltar, numa recepção festiva.
— Esta casa é uma gracinha. — comentou o loiro.
E era mesmo, um ambiente fofo e aconchegante, graças ao revestimento de lambris, imitando o interior de um iate de luxo, e a mundo de almofadões coloridos com certeza de agrado dos dálmatas. Depois daquela maratona era um alívio, uma recompensa, pisar uma sala como aquela.
— O que querem beber? — Perguntou a dona da casa, preocupada em oferecer uma boa acolhida. — Eu não bebo nada, pois passo horas, todos os dias, operando. Mas o meu bar não é de se jogar fora.
— Eu mesmo posso fazer um coquetel. — Apresentou-se Jimin, já se colocando atrás de um balcão. — Jungkook, desta vez, nada de refrigerantes. Precisamos relaxar um pouco.
— Fique à vontade. — Permitiu a doutora. — Lucas, no mês que passou aqui, preparou dezenas de coquetéis.
— E com quem pensa que aprendi?
— Lucas é um rapaz encantador. E seu irmão parece que também é.
— Sou muito mais tímido que ele. — Disse Jungkook. — Aliás, falando nele...
Jimin interrompeu-o:
— Não se precipite, Kook. Tudo tem a sua hora. Espere. Vamos tomar nosso coquetel, a não ser que a doutora esteja com sono.
— Não opero aos sábados. — Disse ela. — Amanhã posso dormir até tarde.
— Em que hospital a senhora trabalha? — Perguntou Jeon, sempre curioso.
— Em hospitais populares. Se operasse somente gente rica, moraria num bairro melhor que este.
Jimin trouxe o coquetel de Jeon, no qual mergulhara uma cereja.
— Experimente.
O moreno experimentou.
— Como é doce! Parece bebida para crianças.
— Vai nessa. Bastam três para embriagar. — Preveniu o loiro, sentando-se. — Agora a gente pode tratar do assunto. A senhora tem visto Lucas?
— Se tenho visto Lucas? — A senhora franziu o cenho. — Não.
— E ele tem telefonado?
— Por quê? Aconteceu alguma coisa?
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Doze horas de terror • Jjk + Pjm
Fanfic[CONCLUÍDA] Quanto tempo pode durar um pesadelo? Certamente muito mais do que você imagina. E ele ainda pode ser mais terrível: está acontecendo de verdade. Ao voltar para casa depois de mais um dia normal de trabalho, Jungkook descobre que seu pio...