Lucas acordou no leito do hospital sentindo uma pressão maior no braço. Ouviu:
— Já passou o efeito da anestesia.
No quarto estavam o médico, bem próximo dele, o enfermeiro que já conhecia, e uma pessoa, mais recuada, que não conseguia identificar. O médico sorriu:
— Foi tudo bem. Meia hora na mesa.
— Vou ficar com o braço em ordem?
— Vai, mas daqui um mês mais ou menos.
A pergunta seguinte era muito importante:
— Quando posso sair do hospital?
O médico embaraçou-se um pouco.
— Bem... Daqui poderia sair em dois dias.
A pessoa ainda não identificada, um homem magro, vestido modestamente, com a gravata mal-ajeitada no colarinho, aproximou-se. Trazia uma caderneta na mão. Lucas a reconheceu.
— Isto é seu? — o homem perguntou.
— É — respondeu Lucas.
— Aquela mulher veio para pegar isso?
— Suponho que sim — respondeu Lucas, já tentando adivinhar as perguntas seguintes para formular respostas pouco comprometedoras.
— Que endereços são esses?
Lucas hesitou.
— Ele é um agente da polícia — esclareceu o médico.
— Endereços de traficantes de tóxicos e viciados.
— O que você fazia com ela? — perguntou o policial.
Lucas perdera sangue, mas não a esperteza:
— Pretendia entregar à polícia.
— Por isso o balearam?
— Por isso me balearam.
— Então não foi bala perdida?
— Nas circunstâncias eu não podia dizer outra coisa — respondeu Lucas, como se pedisse compreensão.
O policial já estava de posse de outras informações.
— O ferimento que sofreu teria algo a ver com um tiroteio numa galeria?
— Foi lá que me alvejaram — confessou Lucas.
— E a sua arma?
— O quê?
— Perguntei onde está sua arma.
Dizer que a entregara ao maninho? Nunca.
— Eu estava desarmado.
— Mas houve um morto.
— Houve? Naquela escuridão não vi nada. Fiquei escondido algum tempo enquanto atiravam. Nem sei quantos homens eram, se dois ou três... Quando percebi que um deles estava ferido, escapei.
— Por que quiseram matá-lo?
— Por causa dessa agenda. Sabiam que eu ia fazer alguma coisa com ela.
— Então você pertencia à quadrilha?
— Pertencia... Mas rompi e comecei a organizar essa agenda.
O policial não nascera ontem.
— O motivo desse ajuste de contas foi só esse?
— Foi. É o que eles chamam queima de arquivo.
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Doze horas de terror • Jjk + Pjm
Fanfic[CONCLUÍDA] Quanto tempo pode durar um pesadelo? Certamente muito mais do que você imagina. E ele ainda pode ser mais terrível: está acontecendo de verdade. Ao voltar para casa depois de mais um dia normal de trabalho, Jungkook descobre que seu pio...