12 ▪︎ Três horas da madrugada

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Tendo descido de um táxi, Jimin e Jungkook caminhavam. O loiro nunca mandava os táxis pararem à porta dos lugares aonde ia. Lucas lhe ensinara que devia haver um espaço para enganar qualquer perseguidor. Somente entrar numa casa ou edifício depois de ter a certeza de que a rua estava limpa.

Graças a essa simples precaução, a de evitar becos sem saída, Lucas escapara mais de uma vez da polícia. Sua segurança sempre dependera de um conjunto de espertezas.

Caminhavam por uma rua bastante arborizada, cheia de sombras, que a madrugada tornava macia.

— Eu imaginava a tia Bae morando numa rua assim — contou Jimin. — Bem residencial. Numa casa bonitinha, toda branca, com plantas, onde eu pudesse morar quando me faltasse dinheiro. Me sentia mais seguro imaginando. Já fui expulso de várias pensões por falta de pagamento. Sei como é horrível ver o mês acabar e a gente não ter dinheiro nem para garantir o teto.

— Mas você não disse que trabalha no teatro?

— Sim, desenho cenários, mas, a princípio, nem sempre havia trabalho. Chegava a ficar meses parado. Era quando mais pensava na tia Bae, quando a inventava melhor. Até a desenhei, sentada numa cadeira de balanço, ao lado de uma janela. Todos os dias eu aperfeiçoava o desenho. Queria que ficasse perfeito e até falasse.

— Lucas sabia que você tinha essa tia na cabeça? — perguntou Jungkook.

— Sabia — ele respondeu. — E sempre dizia: quando formos para o exterior levaremos tia Bae junto. A velha merece viajar um pouco. Lucas faz graça de tudo, não?

— Já disse que não conhecemos o mesmo Lucas.

Jimin começou a andar mais devagar. Estavam chegando.

— Luz? Será que Minji está acordada? A esta hora?

A casa de Minji era térrea e comprida, ladeada à direita por um corredor de terra, da mesma extensão, onde se alinhavam pequenos quartos de porta e janela. Devia ser onde ela exercia sua profissão.

À entrada havia uma placa metálica que no escuro da rua mal dava para ser lida:

MINJI - ESTETICISTA E MASSAGISTA

— Pode ser que esteja esperando a gente — ponderou Jungkook.

— Não podia esperar, a não ser que Lucas lhe tenha telefonado.

— Confia nela?

— A esta altura tenho medo de todos — admitiu Jimin.

— Ela é amiga do Lucas?

— Eu que lhe apresentei Minji. Conheci ela no teatro. Mas ela e Lucas ficaram muito amigos. Ele tem aquele jeito especial para cativar pessoas.

— Ela sabe do que ele vive?

— Não sabia, mas alguém lhe disse.

— E ela continuou amiga dele?

— Isso que vamos saber agora.

Jimin tocou a campainha. Como ninguém atendia os dois ficaram apreensivos. Ele tocou outra vez.
Desta vez acendeu-se uma luz atrás da porta, que se abriu em seguida.

Uma mulher de meia-idade, vestindo um folgado vestido caseiro de cor indefinida, aparentando um temor exagerado de alguma coisa, apareceu.

— Sou eu, Jimin.

— Entre depressa.

Jimin e Jungkook entraram na casa que cheirava levemente a produtos químicos.

— Este é Jungkook, irmão do Lucas.

Doze horas de terror • Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora