Uma história entre parênteses

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Lucas contara a Mary os episódios que vivera naquela noite. O da pensão da Jinhee, onde houvera a batida policial, e o da cena de sangue na igreja. A terceira etapa tinha acontecido na casa de uma cirurgiã que cuidara dele uma vez, quando fora baleado.

Lucas não tivera tempo de avisar Jimin para não procurá-lo lá. Recentemente obtivera confirmação de que as ligações da médica com a quadrilha eram mais fortes do que aparentavam. Assim, temendo o pior, tomou um táxi e foi para a residência da mulher, descendo, porém precavidamente nas imediações. Aproximava-se da casa quando dois homens saíram a toda pressa e entraram num carro. Escondendo-se atrás de uma árvore, reconheceu Kwan, o assassino. Teve, então, de pensar muito para decidir o que fazer.
Seu receio era de que Jimin e o irmão estivessem detidos ou mortos no interior da casa.

Ao parar diante dela notou que a porta estava apenas encostada.

Com o revólver em punho entrou pelo jardim. Viu um buraco no lugar da fechadura. Empurrou levemente a porta e penetrou na sala.

Dois abajures estavam acesos mas não havia ninguém.
Então ouviu gemidos que vinham da cozinha.

A gorda estava caída sobre os ladrilhos, ao lado de um cão ensanguentado. A mulher ainda vivia, o dálmata não.

— Quem fez isso? — perguntou Lucas.

A doutora tentava ajoelhar-se. Não conseguiu. Sangrava muito.

— Você... — murmurou ao ver Lucas.

— Kwan esteve aqui?

Ela moveu a cabeça afirmativamente.

— Por que ele fez isso com você?

Um cão escapara do massacre. Apareceu na cozinha. A doutora não respondeu a Lucas.

— Diga o que aconteceu e bem depressa — exigiu o homem. O olhar dela foi a resposta: tinha medo de falar.

— Algo relacionado com meu irmão?

A gorda não queria ou não podia dizer nada. Ele apontou a arma para o outro cão.

Aí ela falou:

— Kwan... me culpou... da fuga... de seu irmão... e do outro.

— Ah, fugiram! — exclamou Lucas, mais aliviado.
Ela teve forças para acrescentar:

— O loirinho me derrubou... Me prenderam no armário do quarto...

Lucas gostou de ouvir aquilo. Pelo menos por enquanto estavam livres. Ainda no chão a mulher voltou a gemer. Seu estado não era nada bom. O dálmata foi lhe lamber o rosto. Lucas saiu às pressas do bangalô.

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Depois de ouvir o relato, Jimin comentou:

— Ele esteve próximo de nós o tempo todo.

— Ele está vindo pra cá? — perguntou Jungkook ansioso.

Pausa.

— Houve um probleminha — revelou Mary.

— Disse probleminha? — espantou-se Jimin. Era algo que Mary estava protelando.

— Conhece a tal mulher de cabelos vermelhos?

— Claro que sim.

— Pois ela pode estar aqui.

— Aqui no Yellow? — espantou-se Jungkook.

— Aqui.

O retorno do terror.

— Como sabe?

Doze horas de terror • Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora