Capítulo 4 - Querido irmãozinho

2.7K 179 1.4K
                                    

Eu só me dei conta de que precisava de ar quando a boca de Kirishima se descolou da minha e meu peito se expandiu de imediato, subindo e descendo com força, total e completamente ofegante.

Foi interessante descobrir como beijos também podem funcionar como anestésicos.

Eu me sentia... leve. Tanto que eu quase não sentia mais o chão abaixo de mim, era como se eu levitasse. Leve, bem diferente de todo o peso da angústia que antes me puxava para baixo. Minha mente estava em branco, os pelos dos meus braços e nuca arrepiados e, aos poucos que meu cérebro voltava a ser oxigenado, minha visão embaçada e turva retornava ao normal.

E foi só então que eu percebi que, em algum momento no meio de tudo aquilo, Kirishima havia tirado meus óculos.

- C-cadê meus óc- ah! – Um gemido surpreso rompeu minha garganta quando aquela boca molhada e inchada pelos beijos recentes bateu forte contra meu pescoço, devorando a pele antes intocada. Arregalei os olhos e tampei minha boca para conter os sons que coçavam dentro de mim, ansiosos para sair.

Não sabia que o pescoço é o meu ponto fraco. Merda, como pode ser uma área tão sensível e, de certa forma, até meio erógena...? Mas que droga, eu estava ofegante e duro como se ele estivesse chupando o meu pau, mas era só a porra do meu pescoço!

– E-ei, espera... – Espalmei as mãos em seus ombros para afastá-lo, mas eu não realmente tentei de verdade. - A-aí não... humn...

Sua risadinha diante do meu protesto já dizia tudo: ele não pararia nem se eu implorasse – julgo dizer que isso só o incentivaria a continuar.

Kirishima é afobado, seu beijo é rápido e seus toques são rudes. Tudo nele beira a quase impaciência.

Era gostoso, não posso negar. Era bom ser tocado daquele jeito, com vontade, como se ele precisasse muito me tocar.

- Você é tão sensível aqui... se você geme assim só de ser tocado no pescoço, fico duro só de pensar como você ficaria se eu te tocasse mais embaixo... – Sussurrou contra meu pescoço, me fazendo soltar um gemido vergonhoso ao deixar ali uma mordida especialmente mais forte do que as outras. Corei forte com aquele comentário, virei a cara e tampei a boca com força, mordendo meu lábio inferior. Ele riu. – Não faz isso, eu quero te ouvir. – Tirou minha boca da boca e virou meu rosto para ele novamente, não me dando tempo para pensar antes de esfregar sua língua contra a minha de novo. – Você é tão bonito...

Minhas pálpebras tremeram e eu simplesmente derreti em cima daquela grama.

Por mais que eu sentisse curiosidade sobre sexo e algumas vezes até imaginasse como seria fazê-lo, sempre me considerei alguém tranquilo quanto a isso. Não é que eu seja do tipo de pessoa que tem essa ideia bonitinha de que "ah, minha primeira vez tem que ser muito especial, tem que ser com alguém que eu ame", mas eu também nunca consegui ser do tipo que sente vontade de fazer sexo só por fazer, com qualquer um. Isso nunca soou interessante para mim. Então, sempre estive bem resolvido quanto a minha virgindade, nunca tive pressa. Eu faria quando sentisse vontade de fazer e ponto.

E, por isso, me surpreendi quando, naquele momento, percebi que não sabia o quanto eu estava necessitado disso até Kirishima me tocar tão despudoradamente. Despertou um lado em mim que eu não conhecia, e definitivamente gostei de conhecer.

No entanto, ao mesmo tempo, havia algo que não encaixava ali. O beijo de Kirishima era bom, seus toques eram satisfatórios e quentes... mas às vezes eu não conseguia acompanhá-lo e ele não parecia se importar. Sua boca e suas mãos realmente funcionavam como entorpecentes em meu corpo, me fazendo esquecer a dor que antes embrulhava meu coração, mas eu me perguntava se tudo estava sendo tão bom porque de fato eu me sentia atraído por ele ou só porque eu estava muito machucado e precisava descontar essa angústia em alguém.

A tal HeatherOnde histórias criam vida. Descubra agora