CAP 58- Você o machucou✉

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Capítulo 58 ____________________________

De onde estava, Victor deu um pulo tão assustado, que a vassoura que firmava em suas mãos chegou a despencar chão afora, quando a bala passou raspando em seu braço esquerdo e se fixou bem na parede branca atrás dele. O encanamento interno perfurado começou a vazar água pelo buraco minúsculo. Minha garganta secou. Victor, o que diabos Victor estava fazendo ali quando deixei claro que seu papel era correr?! CORRER E PEDIR AJUDA!

— Ah! — o agiota me olhou de esguelha e com um sorrisinho fraco. — esqueci de avisar que trouxe companheiros comigo. Calda de morango, obrigado pela ótima pontaria, poderia ter matado o filho da minha amante, seu idiota.

Calda de morango pareceu inabalado pelo sermão, simplesmente ajeitou a postura e debateu feroz:

— O filho da Sra. Shehu também é uma ameaça, Senhor.

Alvarez deu de ombros e disse rispidamente:

— Uma ameaça que até então, prometi que respirará, mas... Não necessariamente intocado, se é que me entende. Tentarei pensar positivo e acreditarei que o tiro de raspão no braço do moleque realmente tinha este objetivo: Assustar. Afinal de contas, o golpe final quem quer dar nele sou eu. Ainda não superei o fato de Sarah ter outro ser que não tenha sido feito com nossa união. Esse bastardo me dá nojo.

Victor contraiu o cenho em tanto ódio que jurei que ele poderia matar Alvarez com as próprias mãos agora. Mas seus olhos carregavam dúvida também, certamente sem entender porquê Jerônimo estava dando ordens a um capanga. Certamente tentando entender porque ninguém tinha percebido que o agiota era ele antes. Com certeza tentando raciocinar que o cara que se encontrava às noites de quarta-feira com a mãe dele, era o que estava em sua frente agora mesmo.
Encarei Victor com a garganta fechada e perguntei pelo olhar:

"Pediu ajuda?!"

Só pela sua expressão entendi que não e chorei amargamente por isso. Alvarez se atraiu pelo som do meu choro e ronronou:

— Ora, querido, não chore. Só estou vindo cobrar uma promessa que me fez. Afinal, garantir a você que deixaria todos do jogo em paz, caso pudesse fazer o que quisesse com você. Combinamos isso, não combinamos? Ontem mesmo! — se aproximou de mim e me contraí contra a pia gelada. Minhas pernas bambearam quando sua mão roçou meu rosto, limpando minhas lágrimas. Me esquivei. — Além do mais, seus amiguinhos estão agora mesmo em minha mansão falsa tentando salvar pessoas que não estão lá... Mas meus capangas estão. Posso mandá-los não fazer nada contra seus colegas, se vier comigo e se entregar de verdade ao acordo que fizemos. Eu juro.

Meu coração deu uma batida errada e arregalei os olhos com espanto e medo e esperança.

— NÃO ENCOSTA NELE! — Victor urrou de onde estava, ainda paralizado perto da porta, ainda decidindo o que deveria fazer.

O falso garçom o ignorou.

— Calda de morango, me diga onde estão os amigos do nosso companheiro neste exato momento? — questionou. O restaurante lá fora parecia um caos de tão barulhento. O tiro assustou a todos.

— Entrando nos fundos do porão, Senhor. Parte está dentro e a outra fora.

Engoli em seco. Meus amigos, correndo perigo, todos eles. O agiota acariciou meus cabelos.

— Seria uma pena algo de ruim acontecer com algum deles... — sibilou. Fazendo um som de "Tsc" perturbador com a língua, ordenou — Calda de morango, mande Faísca posicionar a arma na cabeça de Eliza.

Loucuras da aventuraOnde histórias criam vida. Descubra agora