Pensando Alto

Meu Rascunho Mais Verdadeiro

Eu não sei o que eu tenho feito nesses últimos dias, na verdade estou vivendo em automático. Minhas lembranças têm se apagado, minha vontade de conviver com as pessoas tem diminuído, na maior parte das vezes me sinto vazio. Antigamente era mais fácil escrever sobre o que sinto, do que falar com alguém sobre isso. Hoje tenho medo até das minhas palavras. Tudo isso tem me assustado, as noites em claro, as várias e várias folhas rabiscadas com palavras que jamais serão lidas por alguém. Tudo isso me sufoca, eu não consigo perdoar as pessoas que contribuíram para todo esse desequilíbrio emocional que tem bagunçado meus dias, eu não consigo me perdoar. Eu sou a maior causa, de tudo isso, minha vontade de acolher tudo e todos, mesmo sabendo que no fim eu jamais seria acolhido. Não quero me sentir vítima, eu nunca fui uma, meu passado me assusta muito, mas eu enfrentei ele como se estivesse preso num lupe do tempo. Indo e voltando todas as vezes revivendo as mesmas coisas e arrumando maneiras de sair delas, e eu sai. Não sei como, e nem o porquê. Simplesmente me libertei. Eu sou um livro que ninguém talvez ficaria feliz em ler, sou uma história não terminada, poema sem rimas, um trabalho incompleto. Não sei amar, eu não sei por um limite em nada que sinto e acho que essa tem sido a pior parte. Tudo tem sido em excesso, isso de certo modo continua me fazendo sempre ficar preso no meu pesadelo. A algumas noites atrás tive um sonho e nele eu me despedia de todos aqueles que foram importantes pra mim, mas nenhum deles conseguiam me ouvir, me viam ou sentiam algo. Então percebi que talvez estar aqui, me mantendo firme e forte (as aparências conseguem enganar muito bem) não seja a escolha mais sensata a ser feita. Eu estou cansado de não poder me abrir totalmente. Estou acolhido agora em minhas palavras, mas eu sei que nunca será suficiente como foi um dia