Dádiva ou fardo?

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- Saber sobre você, ter a sua consciência e morar aqui... onde você repousava quando se cansava do mundo.

- Me diz o que você quer e então pode voltar de onde veio - Pedro responde.

- Estou á trabalho, não é tão simples. Vivo aqui e moro aqui e o mundo é meu. - Benjamin retruca.

Pedro esta na cama e precisa dormir para ir a escola. Seu pai retirou seu computador, bom pelo menos quando ele quer que Pedro durma

- È... era melhor ter sido eu.

- Não, você escolheu bem - Diz ao Pedro - Eu também não iria escolher a pessoa que mais amo, talvez tivesse feito o mesmo em seu lugar

- Dei a pessoa que ela mais amava, isso é imperdoável

- Todos nós somos assim, egoístas

- Estamos sempre pensando em nós - E Benjamin continua... - Transa pensando em ti. E quando dorme fica ansioso nas coisas que você vai fazer, especialmente você

- Na escola julga o que te importa... deve andar com quem lhe parece bom. O grupo que você menospreza é julgado por sua vontade, seus princípios e nada além importa. Quando se masturba pensa em foder até a mulher de seu amigo. Mas o discurso de que devemos ser de boa moral continua.

-CHEGA! - Pedro grita e em seguida seu pai entra no quarto

- Aconteceu alguma coisa? - Pergunta ele

- Não, desculpa estava no celular

Com muito custo Pedro dormiu.

Na manhã seguinte. Pedro chega em sua escola e nada mudou. Sua namorada percebeu uma drástica mudança em sua personalidade, mas não atribuiu a nada a mudança.

Continuava sendo uma pessoa diferente dentre os demais. Com seu cabelo grande cobria seus olhos e por onde passava era chamado de emo, gay ou qualquer coisa do tipo.

Seu sonho era entrar na escola e matar todos os alunos do ensino médio, na verdade, queria matar os meninos, pois as meninas adoravam o cabelo dele, e não o julgava como uma pessoa diferente.

Como ele foi dormir bem tarde, aproveitou a aula para dormir. Este foi o primeiro dia que isso aconteceu, mas estava prestes a virar normal.

Pedro estava se revoltando e estava cansado de quem dizia que ele era emo, filho do papai ou cansado dos insultos, ou melhor, tentativas de insultos.

Sendo influenciado diretamente pelo Benjamin e indiretamente pelas pessoas que chamavam ele das coisas que ele não se alegrava, ele tomou uma decisão que foi... cortar seu cabelo. Cortou seu cabelo e agora era outra pessoa.

Na escola ninguém o reconhecia. Em sala tudo era motivo para ele brigar com alguém, na tentativa de provar que não era emo. Em casa continuou trancado no quarto para evitar companhias.

- Você se expressa muito bem, mas isso não te levará a lugar algum

- E quem disse que eu quero ir a algum lugar? - Diz Pedro.

- Se você não quisesse ir eu estaria na mente de outro pirralho assassino de merda

-Você se esconde no meu corpo, mente e se acopla em minha alma, se diz TÃO poderoso, mas não pode nem mijar com o próprio pau - Pedro alfineta - Eu só queria...

- Se quisesse ser um adolescente comum estaria dentre eles - Benjamin afirma -Nossa relação durará muito tempo, é bom que se acostume

- Você não pode dizer o que não sabe. Se eu tirar minha vida onde viverá?

- Na sua culpa. Na dor existencial. Na alma. No seu dogma, ou apenas na historia de merda que é sua vida.

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