De novo?

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Entramos no estacionamento subterrâneo de um dos prédios mais bonitos de Boston, saímos do carro e mantive uma distância boa dele até tropeçar nos próprios pés, o que chamou a atenção do loiro.

– Você bebeu?

Fiz um gesto com a mão pra indicar que só um pouquinho e o vi respirar fundo.

Thomas apertou o último botão do elevador, o que nos levou até a cobertura do prédio. A casa dele.

Fiquei surpresa com o tamanho do apartamento e com a decoração completamente neutra e bonita. Eu com toda certeza moraria aqui.

Thomas tirou o meu casaco e pendurou próximo a porta.

– Senta. Vou pegar um pouco de água pra você.

Ele se afastou entrando no corredor e me deixou sozinha naquela sala de estar imensa. Me aproximei do sofá preto e me sentei, era tão macio que me fez sentir sono.

Não, eu não posso dormir.

O loiro voltou minutos depois segurando um copo de cristal na mão. Olhei um pouco de lado pra ele e levantei do sofá no mesmo instante.

– Por que me trouxe pra sua casa, Thomas? Como me encontrou e até mesmo meu número?

Ele me estendeu o copo e eu não pude deixar de pegar, precisava beber algo.

– Sobre o seu número, você deu naquela noite. Te encontrei com a ajuda de um velho amigo meu que trabalha como barman.

– E o que quer comigo?

– Quero conversar, só isso.

– Conversar? – deixei o copo sobre a pequena mesa de centro. – Depois de tudo que falou e fez comigo essa semana? Transformou minha vida em um inferno.

– Como queria que eu reagisse ao ver você, a garota com quem dormi, no dia seguinte sendo minha aluna?

Agora com ele dizendo em voz alta é perceptível que o problema é dos grandes.

– Acha que eu reagi bem quando vi você? Claro que não!

Thomas ficou em silêncio e entendi isso como o fim de conversa, então decidi ir embora. Quando passei por ele senti sua mão segurar meu pulso e me aproximar dele, assim que soltou meu braço suas mãos seguraram meu rosto.

Os olhos verdes dele analisaram meu rosto com calma até que chegaram em um certo ponto do meu pescoço e ele voltou a me olhar nos olhos. Com raiva.

– Quem fez isso com você?

– O que?

– Esse chupão.

– Ainda acha que eu sou uma perseguidora?

– Não.

Thomas passou o polegar por meu lábio inferior e acho que o que eu queria agora é um beijo dele.

– O que quer comigo, Thomas?

– Eu não fiquei com raiva de ver você, muito pelo contrário. Mesmo que tenha me jogado pra fora da cama.

Um sono incomum estava tomando conta de mim e estava difícil até mesmo ficar em pé, eu precisava ir pra casa dormir ou acabaria desmaiando aqui mesmo por causa das bebidas e do sono.

– Preciso ir embora. – falei.
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Abri os olhos e a primeira coisa que vi foram os cabelos loiros de Thomas e em seguida uma parte de seu corpo até perceber que eu estava deitada sobre o braço dele. Levei um susto e isso me fez levantar rápido.

Olhei e percebi que minhas roupas tinham sumido e eu estava usando apenas uma blusa branca maior do que eu e um shorts masculino.

– Pensei que fosse me derrubar da cama de novo. – ele disse, abrindo os olhos.

– A gente....de novo?

– Não, Isabella.

Isso de certa forma me aliviou um pouco.

– Como eu vim parar no seu quarto?

– Nós conversamos mais um pouco e você apagou no sofá.

– E as minhas roupas?

– Achei que fosse querer ficar mais confortável.

Thomas sentou na cama e pude ter uma boa visão do corpo em forma dele, abdômen trincado e os braços musculosos, nada exagerado. O ideal.

Procurei minhas roupas e as encontrei secas na lavanderia, tirei o short e estava vestindo a calça quando ouvi a voz do loiro.

– Quer me dar privacidade?

– Não é como se eu nunca tivesse visto sua bunda antes.

Fechei a porta na cara dele.

– Isso foi ridículo. – disse, através da porta.

– Você passou a semana sendo um escroto comigo, isso é o mínimo que merece.

Abri a porta para sair, mas Thomas me segurou pela cintura aproximando meu corpo do dele.

– O que quer, Thomas?

Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

– Você, Isabella.

– Eu....tenho que ir.

Me afastei dele e fui em direção a porta, não esperei por ele nem nada, só precisava ir embora.

Amor à Segunda VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora