Sinto muito

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Fui até a sala do Thomas e assim que entrei me deparei com ele guardando algumas coisas em uma caixa de papelão, deduzi que ele estava indo embora e o sr. Roberts ia voltar.

– Vai embora? 

– Sim. Meu tio vai voltar amanhã.

Ele não se deu ao trabalho de me olhar.

– Thomas, quero conversar com você.

– Depois de me acusar de não cumprir com a minha palavra pensei que não fosse querer olhar na minha cara. – ele parou de mexer na caixa. 

Não sabia como ele reagiria ao que eu ia falar ou se precisaria falar tudo antes de me achar maluca e eu decidir ir embora, então fiquei em pé. Nunca falei abertamente sobre isso com ninguém, exceto a Lou.

– Quando eu tinha dezenove anos tive um namorado e eu o amava tanto...achei que ele também me amava, mas com o passar do tempo tudo foi ficando estranho e comecei a achar que fosse paranoia minha a mudança de comportamento dele – hesitei, minhas mãos estavam praticamente congeladas. – Até que me contaram que ele andava me traindo.

Thomas se afastou das coisas e deu a volta na mesa para se aproximar de mim.

– Tentei conversar com ele algumas vezes e sempre dizia que era coisa da minha cabeça e que as pessoas conseguiam me manipular, enfim. Graças a ele desenvolvi alguns problemas, inclusive de confiança.

– Sinto muito em saber disso, Isabella.

– Por isso não queria nada com você, não confio em ninguém e tenho medo de passar por aquilo de novo....e ficar louca de vez. Bom, queria saber o monstro que passou perto de mim, foi ele.

Ele ficou em silêncio e eu realmente não sabia o que fazer agora, se ia embora ou ficava.

Estava virando de costas para sair quando senti a mão dele no meu braço.

– Aonde pensa que vai?

– Pensei que foss....

– Não, meu amor, avisei que não ia me afastar de você – ele me interrompeu. – Entendo a sua preocupação, mas nunca a faria passar por isso de novo.

– Desculpa ter duvidado de você com aquela loira oxigenada. 

– Acredito que seu amigo comentou sobre o aviso que dei a ela.

Assenti.

– Por que pega no pé do Harry?

– Porque ele quer algo que é meu. E costumo ser bem protetor com o que me pertence.

– Me prometa que não vai mais pegar no pé dele, Thomas.

Ele respirou fundo.

– Thomas.

– Tudo bem.

– Ótimo.

– Quero jantar com você, na minha casa. Podemos conversar mais.

Concordei com a ideia e o abracei.
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Eu estava assistindo Thomas preparar o jantar quando ouvi meu celular vibrar, me afastei para ver o que era e li algumas mensagens da minha mãe avisando que o casamento da Kat realmente aconteceria e eu tinha que ir pra casa.

– Algum problema?

– Hum? Não. Minha irmã vai casar e vou ter que passar alguns dias fora.

– Não sabia que tinha irmã.

– É, precisamos nos conhecer muito. Mas sim, ela é mais velha que eu.

– O que acho que precisa saber sobre mim agora: Sou de Nova York, mas vivo aqui com o meu amigo Brian, cozinhar é um dos meus hobbies, gosto de ler e administro meus negócios como uma criança brinca. Ah, e de acordo com uma das minhas irmãs que entende disso – ele riu. – Sou do signo de virgem.

– Caramba....onde você esteve esse tempo todo?

Preparei a mesa e quando nos sentamos para jantar, perguntei:

– Acha que gostaria de ir pra esse casamento comigo?

– Se quiser que eu vá.

– Quero.

– Então, eu vou.

– Como pode?

Ele ficou confusa.

– Como pode alguém ser tão perfeito assim? – olhei pra ele de um jeito diferente, como nunca olhei pra alguém.

– Tento ser, pra você.

Eu não tinha tanta certeza, mas pelo visto estava começando a me apaixonar por ele.

Mais uma vez estava entrando em um caminho desconhecido e torcia pra não me machucar.

Amor à Segunda VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora