Sem chance

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Acordei desnorteada e confusa até perceber onde estava, dormi tão bem na noite passada que não consigo explicar. Virei para o lado e vi Thomas ainda dormindo, ele parecia tão tranquilo que não quis acabar com isso.

Levantei devagar e saí do quarto fechando a porta atrás de mim. Fui para a cozinha preparar um café e pelo visto teríamos que tomar em pé, apoiados no balcão até os bancos e a mesa de jantar chegar.

Eu estava entretida preparando as torradas que não vi o loiro se aproximar e levei um susto quando o vi parado ao meu lado.

– Jesus, Tom!

– Bom dia. – ele deu um beijo no meu rosto.

– Precisa parar de me assustar assim, faz mal pro bebê.

Vi o exato momento em que ele parou, petrificado, e me olhou.

– É um brincadeira. – avisei, preocupada com ele.

– Claro que é.

O celular dele tocou sobre o sofá e ele se afastou para atender.

Não demorou muito ele apareceu completamente vestido e pegando a chave do carro.

– Aonde vai? Pensei que fosse tomar café...

– Tenho que ir. Depois nos falamos.

– Aconteceu alguma coisa?

Ele simplesmente ignorou minha pergunta e saiu do apartamento, me deixando sozinha e com várias interrogações na cabeça. Não sabia o que tinha acontecido, mas com certeza deve ter sido algo sério.

Depois do café aproveitei para desempacotar mais algumas coisas e por mais que tentasse me distrair, sempre voltava a pensar no comportamento estranho dele em questão de segundos.

Recebi uma ligação da minha mãe e parei o que estava fazendo pra falar um pouco com ela.

– Como tá sendo no novo apartamento?

– Ah, ótimo. Ainda estou tirando algumas coisas da caixa e está uma zona, mas adorei.

– Que bom, filha. E o Thomas?

– Hum, ele tava aqui mais cedo, mas precisou sair.

– Não me diga que estão morando juntos, Isabella.

– Não, mãe. Mas se a sua preocupação for ele tomar o que é meu como....bom, ele tem dinheiro demais pra fazer uma coisa dessas.

– E a Louisa? Ainda tá triste?

– Ela provavelmente vai mudar de opinião quando puder levar qualquer pro dormitório.

Minha mãe riu.

– Filha, preciso desligar, tenho que ver o que sua avó quer. Eu te amo e nos vemos na sua formatura.

– Também te amo, mãe.
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Eu tinha decido ir procurar pelo Thomas na casa dele, mas antes de ir tinha tentado avisar algumas vezes. Subi até o último andar e assim que as portas do elevador se abriram tive a visão da enorme sala de jantar da casa.

Andei até o meio e chamei por ele, simplesmente nada. Fui até alguns cômodos, como a cozinha e o escritório, ele simplesmente não estava em canto algum.

– Tom? – exclamei.

Desistindo de procurar por ele e decidindo ir embora, virei de costas e me deparei com uma mulher alta, de corpo esbelta e cabelos claros, loiro que puxando para o branco.

– Está procurando pelo Thomas?

– Sim. Quem é você?

– Sou Georgia.

Só pode ser sacanagem.

– E o que está fazendo aqui?

– Esperando pelo meu namorado. Ele me deixou aqui há alguns dias.

De repente senti como se tivesse levado uma pancada, minhas mãos estavam frias e por mais que dissesse a mim mesma que não tinha como ser, era ela que eu estava vendo parada na minha frente.

– Ah, você é aquela garotinha com quem falei ao celular, não é?

– Não importa.

Passei por ela e apertei o botão do elevador várias vezes como se isso fosse ajudá-lo a ser mais rápido.

Ouvi a voz dele vindo do segundo andar e os passos apressados descendo as escadas.

– Fica longe de mim, Thomas!

Pra minha sorte consegui entrar a tempo e as portas fecharam antes que ele pudesse me alcançar.

Me apoiei na barra de metal e abaixei a cabeça a me achando uma burra por ter acreditado naquela história. E se ele nunca terminou com ela e ela aceita isso?

Tá, essa teoria talvez não faça tanto sentido, mas é o que dá pra se pensar.

Se eles não tem mais nada por que ela está na casa dele?

– Eu sou mesmo uma idiota.

Amor à Segunda VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora