Quem é

223 12 2
                                    

Como prometido, o sr. Roberts tinha voltado para o mesmo lugar de sempre e agora estava explicando sobre as últimas provas para fechar o semestre. Não acredito que passei seis anos da minha aqui e passaram tão rápido assim.

Depois da aula recebi uma mensagem do Thomas avisando que queria me ver depois da aula, estava andando pelo campus enquanto lia quando esbarrei em alguém.

– Meu Deus, que susto!

– Vamos almoçar?

– Claro, Tom, mas não podia ter me avisado que estava por aqui?

– Vim falar com meu tio e resolvi assustar você. Pode me esperar alguns minutos?

– Claro.

Notei que ele estava vestido completamente diferente de quando dava aula, agora ele estava usando um terno cinza escuro e realmente parecia um empresário.

Quando ele entrou no prédio sentei em um dos bancos espalhados e terminei de organizar minhas coisas. Percebi uma sombra na minha frente e quando olhei vi Harry parado, me olhando.

– Ah, oi.

– Oi, Bella.

Ele se sentou ao meu lado e virou na minha direção.

– Algum problema?

– Ah, não – ele riu. – Só queria saber se você estaria livre hoje.

Acho que adiei isso por tempo demais e agora realmente não tinha como fugir.

– Não acho uma boa ideia a gente continuar se vendo desse...jeito.

– Por que?

– Eu comecei a namorar.

– Você, namorando? Fala sério, Bella. – ele riu.

– É sério, Harry. Acho melhor só sermos amigos.

– E quem é o cara?

– O cara, sou eu. – ouvi a voz do Thomas surgir atrás de nós.

Levantei do banco pensando na loucura que tinha sido o loiro falar isso.

– É sério? O professor? Puta merda, Bella.

– Ele não era nosso professor e sabe disso.

– Olha, sr. O'conner, sei que não quer problemas com ninguém, então sugiro que não procure pra si mesmo.

Harry me olhou.

– Desculpa.

Quando Thomas e eu nós afastamos e estávamos indo em direção ao carro olhei para trás e vi que Harry não estava mais lá.

Estávamos a caminho do restaurante quando ele percebeu que tinha algo errado comigo.

– Você tá quieta demais, Isabella.

– Acha que ele vai fazer alguma coisa? Era disso que eu falava, Tom.

– Não, Bella. Ele pode tentar, mas não tem como me ferrar ou atrapalhar você. O que acha que fui resolver com meu tio?

– Tem certeza?

– Sim. Nunca trabalhei oficialmente pra universidade.

– E a NYU?

– Como sabe disso?

– Boatos.

– Fiz algumas horas lá pro meu curso, só isso.

– Entendi.

– E não acredito que ele seja capaz de prejudicar você.

– Como assim?

Ele parecia se esforçar para falar o que tinha que falar.

– Ele gosta de você.

– Não acho que seja isso.

Mas talvez no fundo Thomas esteja certo.
.

.

.

.

.
Depois do almoço pedi para ele me deixar no dormitório porque precisava terminar de arrumar algumas coisas para a mudança.

Louisa estava em aula então deixei que ele entrasse e ficasse um pouco.

Fomos para o meu quarto e ele tirou o paletó e afrouxou a gravata antes de se deitar.

– Como pode gostar tanto de ficar aqui sendo que tem todo aquele seu conforto? – perguntei, curiosa.

– Porque aqui posso ficar assistindo você fazendo suas coisas.

– Sério que é por isso??

– Sim.

Peguei uma das caixas e coloquei sobre a beira da cama, comecei a guardar alguns livros e de baixo da escrivaninha puxei um quadro que eu havia pintado bem antes de conhecer o loiro.

– O que é isso?

– Um rabisco que fiz há um tempo.

– Não parece um rabisco, Isabella.

Ele analisou o quadro e minutos depois voltou a me olhar.

– Não me olha assim, Tom.

– Gosta das pequenas coisas que as pessoas geralmente não ligam, não é?

– É... – sentei na cama ao lado dele.

– Isso tá muito bom, pra falar a verdade. Fez o degradê do céu muito perfeccionista.

– Como vou saber que não tá falando isso só porque sou....sua namorada?

– Porque eu não tenho pra que mentir.

– Então quem sabe qualquer dia eu pinte algo pra você. – brinquei.

Subi no colo dele e passei as mãos em seu rosto, com delicadeza.

– Só se for sua, mas pelada.

– Você é maluco? – comecei a rir.

– É crime querer venerar a namorada?

Amor à Segunda VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora