Sério?

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– E o que vai fazer agora? Já que vai parar de dar aula?

– Voltar a cuidar exclusivamente das minhas coisas e da empresa da família.

Eu estava deitada sobre o braço dele quando apoiei meu corpo no antebraço para olhá-lo.

– Pensei que fosse mentira sua pra me convencer.

Ele riu.

– Não, não era.

– Então realmente é um empresário bem sucedido?

– Sim.

– Nossa...

– Mas se quiser – ele me beijou, deitando minha cabeça para trás. – Posso continuar sendo seu professor.

– Até que não é uma péssima ideia.

Ele ainda estava me beijando quando ouvimos a porta abrir e minha mãe entrar depressa, dando tempo apenas do loiro se cobrir com o lençol.

Meu coração estava a mil por hora e ver a expressão de surpresa no rosto da minha mãe e ela ficando vermelha de vergonha foi muito engraçado.

– Ah, desculpa! De verdade, eu não...o café está pronto.

Thomas cobriu meus seios com o lençol também.

– Eu sou a mãe dela, não é nada que eu já não tenha visto, querido. – disse, antes de sair do quarto.

Olhei para o Thomas e fiquei assistindo ele rir antes de finalmente me acalmar e também começar a rir.

– Viu? É por isso que não queria você aqui! Minha mãe quase te viu pelado.

– Pelo menos não foi a sua avó.

– Agora, você precisa ir. Antes que alguém veja esse seu corpinho.

O loiro levantou da cama completamente nu e começou a vestir a roupa da noite passada, a calça, para atravessar o corredor.

– Onde você jogou meu vestido? – perguntei.

– Tá no pé da cama.

Me abaixei para pegar e o coloquei sobre a cama.

Assim que Tom saiu do quarto vesti depressa uma roupa e sai, desci as escadas e encontrei minha mãe sentada a mesa tomando café junto com minha tia.

– Bom dia. – falei.

– Bom dia, boneca. – minha tia respondeu.

Peguei uma xícara e servi um pouco do líquido quente pra mim, me sentei ao lado da minha tia antes de perguntar pela minha avó.

– Foi ao supermercado.

– Quando vai voltar para Bosto, filha?

– Acho que hoje a noite.

– Já? – minha tia exclamou.

– Tenho aula amanhã e são as finais, preciso voltar.

– Pretendo voltar pra cá quando terminar?

Essa é uma pergunta que eu realmente não sabia responder.

– Não sei, mas acho que não. Vou me mudar para um apartamento novo no final de semana e acho que já é um problema a menos.
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Já era quase o horário de sairmos para ir pro aeroporto quando entrei no quarto do Thomas e o vi terminando de fechar a mala.

– Oi.

– Oi.

– Você tá bem?

– Acho que sim – coloquei as mãos nos bolsos de trás da calça jeans. – Só é estranho.

– Fazia tempo que não voltava aqui?

– Muito tempo.

– Por que?

Thomas sentou na cama e começou a me olhar atentamente.

Isso me incomodava, acho que pelo fato de eu nunca ter tido ou gostar de tanta atenção assim. Bom, fui ensinada a não ter isso.

– Porque é aqui que aquele canalha mora.

– Sério?

– Sim. Na rua atrás dessa, por acaso.

– Não acredito que fiquei tão perto desse filho da puta e não pude bater nele.

O loiro levantou e se aproximou de mim.

– Você não arrumaria briga com alguém que não conhece sabendo que pode ir preso, Thomas.

– Tá de brincadeira? Por você eu destruiria o mundo.

Isso definitivamente foi o suficiente para me fazer chorar. Abaixei meu rosto na tentativa de evitar isso e até mesmo não deixá-lo ver, mas ele ergueu meu rosto com as mãos.

– Ei? – ele enxugou as lágrimas que escorreram por meu rosto. – Por que tá chorando, Bella?

– Porque nunca soube o que era isso.

– Preciso que fale a mesma língua que eu, meu amor.

– Nunca soube o que é realmente amar alguém sem sentir medo.

Ele me abraçou e deu um beijo no meu cabelo.

– Digo isso o quantas vezes quiser ouvir, mas eu realmente destruiria o mundo por você, porque é isso que se faz quando ama alguém.

Assenti com a cabeça e ele continuou:

– Sabe, não vamos chegar tão atrasados assim ao aeroporto se me esperar resolver isso.

– Tom.

– Tudo bem, deixa pra lá, resolvo isso outra hora.

Amor à Segunda VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora