Star Crossed Lovers (Malec)

Pessoas mudam

Planeta Terra

Mastigando seu macarrão, Jace olhou através da mesa para Alexander. 

— Então, você vai levar Nick para um segundo encontro? – ele perguntou. Ele tinha se perguntado sobre isso a manhã toda, mas não teve a chance de perguntar ao amigo.

Alexander não tinha mencionado seu encontro com Nick de todo.

O garfo de Alexander fez uma pausa. Ele ergueu os olhos do prato.

— Encontro? – ele perguntou suavemente. – Eu o fodi... hm. Ele foi uma trepada decente. Isso é tudo. Nenhum namoro estava envolvido.

— Ah. –  Jace voltou seu olhar para seu macarrão. 

Droga. Ele gostava de Nick e esperava que ele fosse diferente de todos os outros caras com quem Alexander tinha saído.

Jace suprimiu um suspiro. 

Ele não podia dizer que gostava do quão friamente promíscuo seu amigo estava sendo durante o último ano. 

Claro, Alexander nunca teve problemas para transar, mas ele nunca foi do tipo "os foda e os deixe". 

Alexander costumava conhecer seus parceiros sexuais pelo menos um pouco antes de ficar com eles. Atualmente, Jace não tinha certeza se Alexander sequer se importava em aprender o nome do cara antes de transar com ele.

E pensar que, todos aqueles meses atrás, Jace ficou aliviado quando Alexander finalmente se controlou e começou a sair e transar novamente. 

Ele pensou que isso significava que o velho Alexander estava de volta. Ele não poderia estar mais errado.

Jace na verdade preferia a casca deprimida e sem barbear que Alexander tinha sido depois que a merdinha o deixou novamente, do que o cínico de coração frio idiota Alexander era agora. 

Pelo menos naquela época, Alexander tinha mostrado alguma emoção real, mesmo que fosse raiva, tristeza e dor. Agora não havia nada.

Jace só poderia amaldiçoar o dia em que Alexander conheceu aquele garoto. 

Mesmo que Alexander realmente tivesse superado o idiota mentiroso, como ele insistia, era óbvio que o relacionamento havia deixado cicatrizes muito profundas para que elas se curassem completamente.

Fazia um ano, pelo amor de Deus. 

Jace queria seu amigo de volta. Porque o homem sentado à sua frente não era seu velho amigo, não importava o quão bem formado ele parecesse. 

Os olhos do velho Alexander nunca foram tão frios e cínicos. O velho Alexander não tinha a vantagem cruel que Alexander tinha. O velho Alexander nunca teria usado um cara legal como Nick como uma foda sem sentido e depois o descartaria tão facilmente.

Jace queria seu melhor amigo de volta.

— Algo no meu rosto? – Alexander perguntou, enxugando a boca com um guardanapo. 

— Não. – disse Jace, afastando o prato. – Vamos voltar ou estaremos  atrasados.

Alexander acenou com a cabeça e sinalizou para o garçom pedindo a conta.

Enquanto caminhavam em direção ao escritório, alguém gritou.

— Alec! – Jace e Alexander pararam e se viraram. Jace suprimiu outro suspiro quando ele viu quem era.

Sebastian, o jovem estagiário que estava tentando chamar a atenção de Alexander a semana toda.

— Ei. – Sebastian disse, sorrindo para Alexander por baixo de seus cílios. – Eu estava me perguntando se você estava livre esta noite...

— Ele não está. –  Jace o interrompeu quando viu que Alexander estava começando a assentir.  – Mais tarde, garoto. – disse ele com um sorriso falso, agarrando o braço de Alec e quase o arrastando em direção ao escritório.

Exceto que Alexander não era um homem fácil de manusear. Ele libertou o braço do aperto de Jace e lançou-lhe um olhar irritado. 

— Eu não estou?

Jace fez uma careta. 

— Aquele garoto está meio apaixonado por você, cara! Você teria quebrado o coração dele.

— Eu não sou um monstro ou algo assim.

Jace zombou. 

— Claro que não. Você teria apenas fodido com ele e depois o expulsado.

Alexander apertou os lábios. 

— Talvez eu o quisesse.

— Certo. Você nem gosta de loiros.

Alexander puxou um cigarro e o acendeu. Jace fez uma careta e disse a si mesmo que Alec era um homem adulto. 

Se ele queria morrer de câncer de pulmão, era da porra da sua própria vida. Foi apenas um dos muitos hábitos ruins que Alexander adquiriu durante esse ano.

Alexander deu uma longa tragada e soltou a fumaça lentamente. 

— Talvez agora eu goste deles. Pessoas mudam.

— Sim. – disse Jace. Elas certamente mudam.

— O quê? – Alec perguntou, sem olhar para ele.

— Você disse que o superou. – disse Jace.

Alexander virou a cabeça e o olhou nos olhos. Não havia emoção alguma em seus olhos azuis. 

— Você está falando de quem? – Jace balançou a cabeça. Certo. Alexander deu outra tragada e olhou para o relógio. – Devíamos ir. – ele disse e fez exatamente isso. 

Suspirando, Jace o seguiu.