Então você está vivo.

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A Terra não era nada como Simon havia imaginado. 

Havia tantas pessoas, para começar. Era raro ver um planeta tão densamente povoado nos dias de hoje, já que a maioria dos planetas tinha várias colônias.

O que também era extremamente raro era ver seu melhor amigo como um naufrágio ansioso. 

Magnus sempre foi a pessoa mais positiva e relaxada que Simon conhecia. Mas ele estava irreconhecível quando pegaram o elevador para o apartamento de seu amigo humano.

Magnus estava incrivelmente tenso, seu corpo rígido e ele mastigava o polegar — um hábito de infância que costumava aparecer quando Magnus estava extremamente nervoso e que Simon não tinha visto em anos.

—  Se acalme. — Simon disse, tentando projetar segurança e calma. — O que há para ficar nervoso? É apenas um humano.

— Não seja tão xenófobo. — disse Magnus com um olhar de desaprovação, que era o que Simon pretendia. Magnus precisava de distração.

— Eu simplesmente não entendo por que você está tão nervoso. — Simon disse com um encolher de ombros.

E ele realmente não entendia. Magnus tinha sido estranhamente reservado sobre o humano Alexander, não querendo compartilhar muito, o que era estranho como o inferno para Magnus. 

Normalmente ele não parava de falar sobre coisas de que gostava.

Era por isso que Simon estava ficando cada vez mais curioso sobre aquele humano.

Finalmente, as portas do elevador se abriram e Magnus se dirigiu para a porta à direita.

Simon o seguiu, olhando seu amigo com crescente preocupação. Magnus estava irradiando tanta ansiedade que estava começando a afetá-lo também. O que havia de errado com ele?

Magnus respirou fundo e bateu na porta. Sua mão estava realmente tremendo ou era a imaginação de Simon? Em todo o caso, a ansiedade e a emoção, estava rolando de Magnus em ondas tão fortes, que Simon deu um passo involuntário para trás, desconfortável.

Por fim, a porta se abriu.

Simon olhou com interesse para o humano do outro lado. 

Ele era alto e classicamente bonito, com olhos azuis interessantes, sua mandíbula firme e masculina. Ele era lindo de se olhar... ou seria se não fosse pelas olheiras.

O humano ficou rígido quando viu Magnus. Ele nem mesmo olhou para Simon. Seus olhos azuis fixados em Magnus.

— Olá. — Magnus sussurrou, sua voz trêmula.

Simon olhou para ele com surpresa. Mas Magnus não olhou para ele também, seus olhos absorvendo o humano avidamente, quase desesperadamente.

O humano encarou Magnus pelo que pareceu uma eternidade, sua mandíbula cerrada. 

— Então você está vivo. Bom saber. — Seu tom era frio e duro.

Magnus parecia positivamente arrasado. 

— A-Alexander... — ele disse, e sua voz falhou.

O humano praguejou baixinho, agarrou Magnus e o puxou contra o seu peito.

E Magnus... Magnus absolutamente se derreteu nos braços do homem com um som agudo e choroso.

Simon ficou olhando.

Ele observou em confusão, enquanto Magnus se agarrava ao humano, fazendo pequenos barulhos felizes enquanto o humano acariciava seu cabelo e murmurava algo no ouvido dele.

Ele observou as mãos do homem acariciarem as costas de Magnus e eventualmente pousarem na parte inferior das suas costas. Magnus praticamente ronronou.

Simon pigarreou. 

— Hum, olá?

O humano — Alexander — enrijeceu e ergueu a cabeça de onde estava acariciando o cabelo de Magnus. Ele olhou por cima do ombro de Magnus para Simon.

— Que é aquele? — Perguntou Alexander.

— É apenas Simon. — Magnus murmurou, sua voz abafada pela camisa do humano.

— E quem é Simon? — Alexander perguntou, seu olhar viajando sobre Simon de um jeito avaliador.

O olhar deixou Simon um pouco desconfortável. Simon sempre foi mais empático do que telepata. Ele podia sentir as ondas de hostilidade saindo do humano, mesmo sem tentar ler sua mente.

— Ele é meu amigo de infância. — disse Magnus.

Simon acenou com a cabeça. 

— Eu vou ficar com Magnus aqui por um tempo.

As sobrancelhas de Alexander se juntaram. 

— É assim mesmo? E quem disse que Magnus é bem-vindo para ficar aqui?

Simon achou que era uma coisa ridícula de se dizer, considerando que o cara tinha Magnus em um abraço apertado.

Magnus suspirou. Ele finalmente parou de se agarrar ao humano e deu um passo para trás... 

— Sinto muito por ter ido embora assim. — disse ele suavemente, pegando a mão do humano e olhando-o nos olhos. — Eu senti muito a sua falta.

Alguma emoção cintilou no rosto de Alexander antes de desaparecer de novo.

— Vamos conversar na cozinha. — Ele olhou brevemente para Simon. — Você pode esperar na sala de estar.

Simon assentiu e os seguiu para dentro do apartamento. Ele desabou no sofá, contente em esperar. 

Ele não gostaria de estar no lugar de Magnus agora. Seu amigo tinha muito o que explicar, e não apenas para Alexander.

Star Crossed Lovers (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora