Deveria ser impossível

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As palavras de Maia ainda estavam em sua mente quando Magnus entrou no carro de Alexander após o final de seu turno.

— Ei. – Alexander disse com um sorriso neutro. 

Ele parecia cansado e menos imaculado do que o normal, sua barba por fazer era tão densa que provavelmente seria dura ao toque.

Magnus desviou o olhar, enrolando os dedos no colo e resistindo à vontade de beijar Alexander na bochecha. 

Quanto mais ele ficava sem contato físico com Alexander, mais difícil se tornava suprimir impulsos como aquele.

— Oi! – Magnus disse, tentando soar alegre. 

Pelo bem de Alexander, ele estava tentando agir como se a distância entre eles não o incomodasse. Magnus esperava que ele fosse convincente, mas não tinha certeza.

— Como foi seu dia? – Alexander perguntou, saindo do estacionamento.

Magnus tentou não franzir a testa. Deveria ter sido "Como foi seu dia, amor?"  com Alexander passando os dedos pelo cabelo de Magnus ou acariciando sua nuca enquanto Magnus se enrolava nele.

— Bom... – Magnus respondeu, esfregando as palmas das mãos nas coxas. Ele odiava não poder tocar em Alexander. Se a amizade de Alexander com Jace era assim, não admira que Jace tivesse ficado com ciúmes. – Como foi o seu?

Alexander cantarolou algo evasivo, os olhos no tráfego.

Um silêncio ligeiramente constrangedor se estabeleceu entre eles pelo resto da viagem.  Magnus odiou cada segundo disso.

— Podemos conversar? – Magnus perguntou quando eles chegaram em casa.

Alexander tirou o paletó e ergueu a cabeça. 

— O quê? – ele perguntou. Seu rosto não revelou nada.

'Você me odeia agora?'

Magnus abriu a boca, mas não saiu nada. Ele perdeu a coragem.

Ele não podia perguntar. Ele estava com medo de perguntar. Sempre esteve em sua mente que ele nem precisava perguntar se ele realmente queria saber. Ele poderia descobrir com bastante facilidade. Ele nunca teve tanto medo de usar sua telepatia em sua vida.

Magnus molhou os lábios. 

— Você quer que eu me mude? – Ele perguntou hesitante. – Posso me mudar se for o que você quer.

Alexander balançou a cabeça rigidamente, os ombros tensos enquanto desabotoava os primeiros botões da camisa sem olhar para Magnus. 

— Não seja bobo, Mags.

Magnus olhou para o peito seminu de Alexander. Ele gostaria de poder enterrar seu rosto ali, respirar o cheiro dele e ficar assim para sempre.

Um sentimento forte e desconhecido tomou conta dele. 

Parecia um pouco como uma tontura, mas era quase agradável. 

Talvez ele tenha pegado algum vírus alienígena? Embora ele tivesse recebido todas as vacinas adequadas antes de deixar seu planeta, sempre havia uma pequena chance. 

Ele provavelmente deveria ir se deitar. Apenas no caso.

Magnus murmurou que não estava com fome e foi para seu quarto. Seu estômago embrulhou quando Alexander nem tentou impedi-lo. 

Star Crossed Lovers (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora