04 憂 Tea

107 17 152
                                    

Se tem uma parte que é pior que acordar depois de brigar com alguém, é acordar com o sol raiando em sua rosto e uma baita enxaqueca antes mesmo de abrir os olhos, o fazendo relembrar do quanto bebeu na noite passada e que provavelmente ficaria assim o dia todo — mas nada se compara a quando você abre os olhos e se depara com o mesmo garoto fofo de cabelos negros brilhantes e um sorriso preocupado que vem lhe 'atormentando' há dias, e que na noite passada você jurou a si mesmo que não voltaria a falar com ele e muito menos se aproximar.

— John? Está tudo bem? — Ele sacudiu os ombros do maior ao ver que o ele permanecia imóvel lhe encarando. Sua voz dócil ecoou na cabeça do mais velho.

— O que foi? Eu 'tô bem! — Respondeu ainda arrastado e colocou a mão na cabeça pela dor. — Que horas são?

— 9 horas. — O tailandês aproxima seu nariz e Johnny e inspira. — Porque você bebeu essa garrafa toda de álcool John? Você sabia que faz mal para a saúde?

— Não me enche garoto eu tenho que me levantar e ir trabalhar! — Virou-se de lado mas ainda assim seu corpo parecia pesado demais igualmente à sua cabeça que estava prestes a explodir.

— Eu posso beber também John?

O menino pegou a garrafa e viu que ainda tinha um restinho no fundo, de imediato o americano olhou e pegou a garrafa das mãos deles e bebeu aquele restinho que acabou respingando na bochecha. Como o menor ainda queria provar o gosto daquilo passou o dedinho na bochecha dele onde tinha o líquido e lambeu, logo em seguida se arrependendo.

— Eca! O gosto é horrível Jô! Como você gosta disso? — Ele limpou a língua no antebraço e fez uma careta mas pelo visto o gosto permanecia em sua boca.

— E quem mandou você provar? Isso é coisa de homem crescido, você é só um pirralho! — Parecia coisa de outro mundo, pois ele no segundo seguinte já conseguiu ao menos se sentar e estava um tanto bravo não se lembrando que estava com ressaca.

— Tabom Jô, desculpa...

O menino vestia uma camiseta azul claro e novamente um short jeans branco, combinando perfeitamente com o céu, igualmente à sua pele que naquela hora só dia já estava vermelhinha pelo Sol em contato com a derme sensível.

Passado os minutos Johnny já podia ficar de pé e conseguir pensar melhor, e ainda se relembrar de trechos da noite passada e saber que se voltasse agora provavelmente seu pai iria brigar com ele mas... O que faria esse tempo todo fora de casa?

— John, você quer um remédio para dor de cabeça? Meu pai diz que depois de beber dá dor de cabeça, eu aprendi a fazer um chá para ele todas as vezes que bebia e ele dizia que melhorava... — O menino segurou na mão dele e o olhou nos olhos sorrindo mínimo.

— Chá para ressaca? Hm, eu não estou de ressaca mas que mal tem? — Desvincilhou do contato e se levantou, esperando Ten fazer o mesmo.

O garoto segurou em seu braço e assim caminharam até a casa do menino que não ficava tão longe.

Ten adoraria cuidar do mais velho e fazê-lo ficar melhor, percebeu que ele não queria voltar para casa então sugeriu isso apenas para poder ocupar a mente dele e passar mais tempo juntos — atitude adorável por sinal. Ele nunca fora de se enturmar mas com John estava sendo diferente. Desde quando o vira sentado debaixo da árvore fumando (e possivelmente bravo com algo) o achou interessante, e algo dentro de si disse para se aproximar dele — então tornou-se impossível separar-se, não importa o quão sério e difícil o americano seja, ele não desistiria fácil e seguiria seus impulsos para se tornarem cada vez mais próximos!

O caminho todo foi em silêncio, Johnny apreciava o perfume de Ten que provavelmente era uma colônia de violeta, enquanto as flores e as lavandas faziam presença no ar refrescante. Misturando os aromas tornou mais agradável a caminhada, tanto que ele até havia esquecido da enxaqueca.

Lavanda e Amor | JohnTenOnde histórias criam vida. Descubra agora