Lavanda e Amor | JohnTen

14 憂 Changes

Depois de sair da igreja aquele dia, ficou combinado com Harvey que na semana seguinte ia começar seu trabalho de "guarda-costas" isto se Andrew conseguisse conversar com o Suh mais velho, se não, o prazo seria estendido e o sofrimento do tailandês também.

No dia seguinte, cumpriu suas tarefas em tempo recorde acordando mais cedo que todos e antes do almoço foi de encontro com o Ten, que mais uma vez estava brincando entre os campos de lavanda enquanto sua mãe, a Sra. Chaya, colhia algumas das lavandas maturadas. Esta o lançou um olhar e pediu que ficasse ali, evidenciando que desejava conversar com ele — apesar da mulher ser dócil e compreensiva, ela era teoricamente sua sogra, então temia o teor da conversa.

— John, — Ela apertou a cesta no braço e suspirou fundo, encarando o maior com um sorriso pequeno nos lábios — Eu sei que é um bom rapaz, mas por favor, não machuque o Ten, ele tem andado cabisbaixo mesmo que não aparente. — Seu olhar se direcionou ao pequeno que permanecia correndo entre as lavandas. — Seus pais sabem sobre vocês?

A garganta de John secou e ele coçou a nuca, tinha esta mania quando estava nervoso.

— Me perdoe Sra. Chaya... Eu tenho feito meu melhor para não o machucar mas a senhora sabe como é difícil ter o que temos nesta sociedade. — Esticou seus lábios tentando esconder o peso que sentia ao tocar naquele assunto, em especial com a mãe dele. — O garoto quer mais, mas eu não posso arriscar atrair mais olhares à ele... Faço o que está em meu alcance.

A mulher negou com a cabeça enquanto seu sorriso aumentou, em seguida alisando o ombro do americano.

— Eu não estava falando disso, sei que faz seu melhor e não posso pedir que faça o que não tiver em seu alcance, não quero que saiam prejudicados. — Justificou. — Estava dizendo que... Ten sabe sobre seu amigo, e veio me dizendo que ficou chateado ao vê-lo o trocando pelo outro rapaz. Ele nunca te diria que está com ciúmes, por isso estou contando à ti. — Pigarreou e olhou ligeiramente para o horizonte onde o filho se encontrava. — Espero que não o troque por outro rapaz, ele te ama muito.

As bochechas de Suh ganharam cor rapidamente, não esperava ficar tão envergonhado com aquilo, era apenas estranho conversar daquela forma com sua sogra, ainda mais quando esta expõe os sentimentos do filho de forma clara — já sabia disso, mas ouvir de terceiros fez seu coração palpitar. Abriu um sorriso tímido e se curvou perante ela.

— Eu nunca trocaria ele por ninguém, fique despreocupada Sra. Chaya. — Seu coração doeu por automaticamente se lembrar do que fez com Harvey na noite passada; pelo visto sua consciência ia o atormentar até o último fio de cabelo.

Após a conversa se encerrar, correu para ele e fez questão de não desgrudar do pequeno tailandês, sentia-se tão culpado e preocupado, ele não merecia sofrer por sua culpa.

Estava sentado no chão do quarto de Ten enquanto este pintava um desenho qualquer e comia morangos fresquinhos. O olhava e tudo que se passava era o que aconteceu entre ele e Harvey, aquilo o consumia por mais que tentasse esconder. Tirou de seu bolso o cigarro mentolado que ganhou do loiro e pegou seu isqueiro. De imediato o tailandês o olhou e rastejou até si, arrancando o fumo de seus lábios.

— Jô, a mamãe não deixa ninguém fumar dentro de casa, nem mesmo o papai! — Repreendeu o maior cruzando os braços e escondendo o cigarro atrás de si.

— Aish, é só um, eu estou nervoso, preciso de alívio! — Tentou alcançar o cigarro mas Ten permaneceu decidido a não deixá-lo fumar. — Então está bem, vou fumar lá fora.

O menor fez um bico e jogou o fumo longe, se sentando nas pernas fortes do namorado e fazendo um biquinho.

— Se você está nervoso pode me contar o que está sentindo Jojo, eu quero te ajudar... — Apertou os ombros fortes e deixou as pernas uma de cada lado do colo do maior.