10 憂 Long ass ride

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Johnny acorda com aqueles raios solares irritantes em sua face, e se perguntava porque foi tão burro a ponto de não ter fechado a cortina nem ter dormido com o rosto virado para o lado oposto à janela. Já era pois já estava acordado — tinha o sono leve — e infelizmente tinha que levantar da cama. Coçou os olhos e virou para o lado, Ten já se encontrava acordado, estava sentado e olhava para Johnny com um sorriso, depois bocejou.

— Bom dia Jojo!

Os sol batia em seu rosto e tronco causando aquele belo contraste em sua pele e demonstrando a verdadeira cor de seus olhos —  castanho chocolate —, e além disso seu rosto sonolento e marcado pelos lençóis era definitivamente a pura definição de fofura, mas o que mais chocou Johnny foi vê-lo com uma camisola rosa-claro com bolinhas lilás e um laço rosa de cetim em cada lado da alça fina; aquilo definitivamente despertou o americano: não sabia se ficava desesperado ou admirado.

Num pulo se levantou da cama e colocou a mão no peito de forma dramática, lhe encarando com a boca aberta.

— Você... Você está louco de usar isso aqui? — "Deus me perdoe por meus pecados, mas isso é demais! Como caralhos alguém pode ser incrivelmente adorável tanto menino quanto menina? Me leve para o céu logo eu não aguento mais!"

O garoto lhe encarou confuso e olhou para sua camisola e depois para John.

— O que tem minha camisola? Ela é fofa 'né?

— O que eu acho? Isso não importa! Se tu for visto assim é fim de carreira pra você, entendeu? — Suspira fundo e tira a mão do peito olhando para o menor de forma repressiva. — Meu deus, as vezes você se esquece que não estamos na sua casa pra ser tão livre assim!

— Mas qual é o problema Jô? É uma camisola fofa, isso que importa! — Deu de ombros e fez um beiço enorme olhando triste para o americano. — Por isso eu não gosto de seus amigos da igreja, eles não me deixam ser livre!... Hm, você me acha fofo assim?

Sua camisola ia até o joelho e era totalmente solta no corpo do garoto, só tinha um leve babado na gola e na barra, mas para Johnny era o suficiente para fazê-lo ficar desconcertado, afinal, meninas usam aquilo e apenas para seus maridos! Seu cérebro estava em pane e seus olhos forçadamente fitavam os cabelos bagunçados, respeitava demais o garoto para tirar vantagem naquela situação.

— Vá tomar um banho e guarde esse vestido no fundo da mala! Depois a gente conversa! — Ten fez um bico ainda maior mas ele não se importou e virou de costas. — Vá logo!

[...] Era exaustivo ler aquelas preces, rezar e principalmente: vestir aquela roupa folgada! Parecia roupa de hospício: camiseta branca extra-larga de manga comprida, uma calça larga também e quase sem arrastando no chão e um chinelo de palha.

Mas talvez o mais entediante ali fosse as regras infinitas e a convivência forçada — era até estranho tantos brancos num lugar não estarem ansiosos para iniciar os insultos raciais ou se afastarem.

— Filhos, limpem seus corpos, suas almas antes da refeição dada por Deus! Deus quer que recebamos o alimento com o corpo e alma livres de impurezas desse mundo sujo, assim, trazendo o espírito da satisfação ao comer. — Aquele homem barbudo e com certa idade passou entregando um copo grande com água para cada um da grande roda. — Orem três vezes para Deus abençoar esta água e verá grandes resultados depois!

Ten estava ao lado de John e cutucou o braço do americano e cochichou:

~ Eu... Não sei qual é! — O coração do americano parou; se alguém o escutasse falando consigo estariam ferrados!

Lavanda e Amor | JohnTenOnde histórias criam vida. Descubra agora