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- Eu não acredito! Isso é perseguição. Não pode ser! – Maraísa disse virando a taça de champanhe na boca de uma só vez demonstrando nervosismo.

- Hey! Quem deveria estar com raiva aqui sou eu! – André disse virando o líquido em sua taça da mesma forma que a amiga – Ela tá ali cheia de gracinhas com o meu bofe.

- Ela não pode me ver aqui! – Maraísa disse virando-se de costas para o salão – Eu preciso sair daqui, André. Vamos embora.

- O que? Você só pode estar brincando, né?! Eu não vou deixar essa... essa... pervertida, tarada, perto dele! Essa mulher é um perigo!

- André, por favor! – a morena o fitou com cara de tédio – Ela é lésbica, esqueceu? – sussurrou impaciente.

- Eu não me esqueci! Mas não confio nela. Quem garante que ela não gosta das duas frutas?

- André... – Maraísa revirou os olhos. – Olha, eu tô pouco me importando se essa mulher é lésbica, bi, tri... Eu só não quero contato com ela. Não aqui, não agora!

- Tá com medo de não resistir, é? – André não tirava os olhos do outro lado do salão cheio de pessoas.

A morena o fitou com os olhos semicerrados e logo tomou uma taça da bandeja do garçom que passava ao seu lado. Virou a bebida saborosa na boca, dando um gole generoso.

- Se você quer mesmo resistir a essa mulher, acho bom parar de beber desse jeito. Você sabe muito bem que quando fica "alterada" fica mais difícil segurar esse desejo aí dentro.

- Cala a boca, André! – disse tomando mais um gole – Eu preciso é ir embora daqui. Essa mulher me persegue, não é possível!

- Não, nós não vamos! Eu preciso ir até lá tirar satisfações. – disse fitando o casal do outro lado.

- É o que? Acho que quem bebeu demais foi você! Você não vai fazer isso aqui, André!

- Meu bem, não se preocupe. André Ribeiro não faz escândalos e nem comete deselegâncias. Eu só vou até lá cumprimentar os pombinhos. – disse com fogo nos olhos.

- Baby Dé, não! Por que você está tão incomodado? Tecnicamente esse seu bofe aí é gay, não é?

- Tecnicamente ele é um safado que me encheu de promessas, dizendo que assim que voltasse para o Rio me ligaria pra gente se encontrar e nem sequer uma mensagem mandou. E, tecnicamente, ele... Ele é bi.

Maraísa arqueou uma sobrancelha em surpresa. Essa informação estranhamente a incomodou.

- Tá, mas o que você quer fazer? Chegar lá e cumprimentá-los como se nada tivesse acontecido, fingir sorrisos e causar uma situação extremamente constrangedora?

- Exatamente! – disse com um sorriso sarcástico nos lábios. - É isso que vamos fazer...

Maraísa suspirou derrotada.

- Eu ainda me dou o trabalho de questionar você...

- Vem, você vai comigo para o impacto ser maior. – disse agarrando o braço da morena e saindo em direção ao casal.

- O que? André! Espera! – Maraísa dizia quase em desespero sendo puxada pelo amigo.

Tomou um último e generoso gole do seu champanhe e deixou a taça em uma bandeja de um garçom que passava, tentando se recompor no caminho.

O casal do outro lado do salão conversava animadamente entre sorrisos quando foi surpreendido pelos dois que chegaram de braços dados.

- Mas que bela noite, não?! – André aproximou-se grudado ao braço de Maraísa com um sorriso irônico no rosto.

MY BOSS - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora