MY BOSS - Malila

•36•

Na manhã seguinte, no primeiro horário, Marília adentrava a empresa com seu característico óculos escuros no rosto e seu caminhar imponente sob os olhares curiosos e até espantados de todos por ali.

- Bom dia, Jonas. – disse se aproximando da recepção.

- Senhorita Marília! – o rapaz lhe lançou um sorriso sincero – Que bom vê-la por aqui novamente. E vejo que está muito bem.

- Estou sim, obrigada. – ela o sorriu de volta – É bom revê-lo também.

A loira continuou seu caminho até a sua sala e por onde passava os olhares e cochichos não paravam um segundo sequer.

- Luiza.. – ela sorriu para a mulher na mesa em frente a sua sala – Bom dia!

- Senhorita Marília! – a moça quase saltou da cadeira num susto – Não pensei que fosse voltar por agora. – ela disse surpresa.

- Se dependesse do Gustavo eu não voltaria nunca mais. – disse irônica – Mas ao contrário do que ele andou espalhando por aí, eu não estou à beira da morte. Eu estou muito viva, como nunca estive antes! Ótima inclusive – sorriu de canto.

- Eu fico feliz pela Senhorita. É muito bom tê-la de volta.

- O meu amado irmão é tão ruim assim que te fez sentir saudades de mim? – disse num tom sarcástico.

- A Senhorita é uma ótima pessoa, Dona Marília. E se me permite, não se compara ao seu irmão. O Senhor Gustavo é...

- Marília? – uma conhecida voz grossa ecoou em seus ouvidos – O que faz aqui?

- Bom dia, meu querido irmão! – ela se virou com o sorriso mais cínico que tinha nos lábios – Sentiu saudades?

- Eu não tive nem tempo de sentir. – forçou um sorriso – Você já está bem o suficiente para estar aqui? Soube que o seu acidente foi grave. Não deveria estar de repouso?

- Como soube dessas informações? Não me lembro de você ter ido me visitar uma vez sequer. Nem ligou para saber se eu já tinha sido enterrada ou se estava à beira da morte. Mas vejo que tirou suas próprias conclusões não é mesmo? Eu mal saí e você já correu para ocupar o meu lugar.

- A Presidência não poderia ficar vazia, minha querida. E na sua ausência eu tomo posse por direito, uma vez que não nomeou ninguém para a vice-presidência.

- Muito bem lembrado. Luiza, me lembre de fazer isso assim que eu retomar o meu cargo. – disse sem retirar os olhos do homem à sua frente – Preciso de alguém para me substituir na minha ausência, não é qualquer um que tem competência e dignidade para ocupar esse lugar.

- Bom, já que está aqui e tocou no assunto, receio que não será necessário tomar essa atitude, Marília. Eu convoquei uma reunião com o Conselho agora. Acredito que você deva estar presente.

- Muito bem. – ela disse sem se dar por vencida – Vamos lá então, eu estou ansiosa para saber o que é que você tem para dizer.

- E estou mais ainda – ele respondeu sussurrando de forma cínica.

[...]

- Bom dia, senhores. – Gustavo disse assim que todos se acomodaram na sala de reuniões – Eu gostaria de agradecer pela presença de todos aqui, em especial a minha querida irmã Marília. É bom tê-la de volta. Você chegou num momento oportuno.

A loira o sorriu irônica e o deixou continuar.

- Bem, eu vou direto ao ponto para não tomar o tempo de vocês. Como todos sabem, eu sou o segundo maior acionista da Mendonça's Corporation. Possuo 37% das ações, estando atrás apenas da Marília, que possui 43% e sendo, portanto, a Presidente da empresa nomeada pelo nosso saudoso pai, senhor Pedro Mendonça. Que Deus o tenha. – falava enquanto olhava falsamente para cima em um tom desdenhoso.