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- Maraísa, você disse alguma coisa? – Bil chamava a mulher em sua frente que mantinha o olhar fixo em um ponto ao longe sem o fitar - Maraísa, você ainda está aí?

- Sim. Eu... - disse voltando a si – Eu me distraí.

- Está tudo bem? De repente parece que viu um fantasma.

- Não, é só uma sombra do passado. – disse tentando retirar o nervosismo que crescia em seu peito naquela hora.

Bil a encarava confuso, mas preferiu não questionar.

- Então vamos pedir o jantar? Quer dizer, você ainda quer jantar comigo? Como amigos, é claro. Vamos selar a nossa amizade com esse jantar com a minha promessa de que eu não vou mais me insinuar romanticamente pra você. – sorriu sem jeito.

Maraísa mal prestava atenção no que o homem falava. Seus olhos não saíam da mulher loira sentada a alguns metros dali.

- Num dia ela diz que me ama e poucos dias depois está jantando acompanhada, toda animadinha. Francamente, Marília – sussurrou raivosa com o olhar fixo em sua ex-chefe.

- Como disse? - Bil continuava sem entender.

- É... Vamos sim. Jantar, isso.

- Maraísa, você está bem? Se preferir podemos ir embora, eu vou entender.

- Não, quer dizer, sim. Na verdade eu prefiro ir, Bil. Não estou me sentindo muito bem.

- Tudo bem, vamos então.

- Mas se eu sair agora ela vai me ver. – continuava fitando à frente arregalando os olhos..

- Ela quem?

- Hã? Quem? - encarou o homem.

- Acho que você não está bem mesmo. – sorriu – Podemos ir então?

- Não. Eu acho melhor nós ficarmos. Talvez o jantar me faça bem. – disse tensa tomando um pouco de água tentando aliviar a situação.

- Você tem certeza? Podemos marcar para outro dia.

- Não. – sorriu forçadamente ao observar Marília numa conversa cheia de sorrisos com uma elegante mulher ruiva à sua frente – Eu vou ficar para ver até onde vai esse jantar.

Bil a fitava cada vez mais confuso, mas apenas assentiu e chamou o garçom.

Maraísa engolia a comida como se fossem pedras cortantes rasgando a sua garganta. Tomava um gole de vinho após cada garfada na tentativa de conter o misto de sentimentos nada nobres que passavam por si.

- Eu não entendo como as pessoas são relapsas quando se trata da própria saúde. - Bil dizia em uma conversa quase monóloga, enquanto Maraísa ainda mantinha os olhos, faiscando de raiva, fixados na loira na outra mesa.

- Manter hábitos saudáveis não é difícil e evita muitos problemas. O número de pacientes dentro de um hospital diminuiria consideravelmente se as pessoas fossem menos negligentes ao cuidar da saúde mental e física.

- Sim, é mesmo. – a morena assentiu sem nem saber do que se tratava – Cara de pau! Cínica! Dissimulada! – sussurrou irritada.

- O que? – Bil a encarou com os olhos arregalados.

- O que? – Maraísa o fitou.

- Maraísa... – disse impaciente levando o guardanapo até a boca – O que é que está havendo?

- Nada.

- Como nada? Você parece aflita, inquieta. Mal presta atenção no que eu digo e está falando sozinha, dizendo coisas desconexas desde que chegamos.

MY BOSS - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora