Capítulo 15 - Irene

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Fico sem a resposta para minha dúvida, porque a Camila chega na minha casa e, sem sequer explicar nada, expulsa Max educadamente e me carrega para dentro.

Nem pude roubar um beijinho do homem que tanto desejava e sequer conseguir me despedir. Só vi seus olhos sorridentes me encarando, enquanto correspondia ao meu aceno de mão, antes de eu ser jogada porta adentro.

— Pode me explicar o que pode ser tão urgente a ponto de você me tirar dos braços do homem que mais me confunde nessa vida?

Camila piscou algumas vezes, enfiou a mão no meu bolso, tentou ligar meu celular, mas não funciona porque está descarregado, bufou, negou com a cabeça e novamente me puxou e me jogou no sofá.

Antes de eu reclamar, a TV é ligada e o rosto de Anderson me faz perder a voz. Como assim acusação de estupro? Desde quando ele... Meu Deus!

— Camila... Ele te estuprou?

Era isso que estava falando na tv. Que a maquiadora, com o rosto da foto borrado, mas que era claramente a Camila, o acusou de tê-la molestado diversas vezes.

Camila chorava e negava, mas eu não sabia como agir. Ela não estava bem. Tinha alguns pontos em sua testa, a roupa estava suja de sangue e, agora que loucura da sua chegada passou, pude ver que escorria alguma coisa por seu braço... ai meu Deus! Isso também é sangue?

— Camila? Se senta aqui, por favor...

Tentei segurá-la, mas ela desviou de mim e começou a andar pela sala.

— Ele nunca me tocou sem meu consentimento. Assim como nunca fez com essas meninas aí. Todas elas se ofereceram, principalmente a Júlia. Eu estava com o Andy quando ela foi entregue em uma caixa de presente. Pensa no desespero dele ao abrir e encontrar uma de suas modelos completamente nua, com um laço preso na bunda e uma plaquinha de: use seu presente como quiser?

Eu não deveria estar rindo, não é? Mas não consigo imaginar a Julinha neste estado e não rir. Ela é uma comédia e muito legal, mas nunca imaginei que chegaria tão longe.

— A Julia, esta menina de dezessete anos! — A Cami apontava para a TV, me fazendo ficar desesperada de ver uma de nossas modelos lá. — NUNCA. Eu repito e nesse caso, posso colocar a mão no fogo pelo Andy. Ele nunca a tocou.

— Camila....

— Sério, Rê! Ele nunca tocou nela.

— Eu sei, Camila. Eu nunca te desmentiria com relação a isso. Eu sei que ele não a tocou, porque ela me perguntou se o Andy era gay e me usava para esconder isso. Ele nunca foi visto com mulher alguma e vivia correndo atrás de mim, que me negava terminantemente. Em resumo, ela me provou que não foi tocada. Sei somar 1+1, Camila.

— ESTÁ VENDO! — Camila não estava bem... por que ela parecia tão culpada? — Eu fiz uma besteira, mas eu não posso negar que senti muito prazer em fazer.

Gente do céu, ela não para de andar de um lado para o outro parecendo uma louca, até puxava os cabelos.

— Pode me contar em um posto de saúde? Você está sangrando e... — Eu tentei levantar, mas ela me jogou no sofá novamente e voltou a anda, mas dessa vez só coçava a testa, menos mal. — Fala, mas me deixa estancar este sangue?

Ela confirma, olha para o braço e faz uma careta fofinha. Ufa. Pelo menos isso, né?

Ela arregaçou a manga e eu pude ver que o sangue vinha de onde costumam tirar nosso sangue em exames. Estava ferido, como se ela tivesse arrancado algo de mal jeito. Não estava escorrendo mais, era sangue já escorrido e coagulado. Graças a Deus!

Irene - Sob a Lente do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora