That I Would Be Good

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Alguns de vocês provavelmente já conhecem essa música. Ela é do musical Jagged Little Pill, que é um jukebox com algumas canções da Alanis. É um dos meus musicais recentes favoritos, mesmo que eu tenha pegado um pouco de raiva depois de certas coisas que fizeram.

Enfim, boa leitura!

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"That I would be good even if i did nothing

That I would be good even if I got the thumbs down

That I would be good even if I got resentful

That I would be good even if I gained ten pounds

That I would be fine even if I act like a child

That I would be good even if my hair stays wild

That I would be great if I just stopped standing by

That I would be grand if I was not all knowing"


O apartamento era pequeno. A sala e a cozinha eram praticamente um cômodo só, divididas apenas pelo balcão que costumava abrigar as caixas de pizza e as garrafas vazias de cerveja. A divisória vazia era meio simbólica para Gabriela, então ela escolheu não beber hoje.

Foi isso que ela disse para si mesma quando chegou da estranha reunião. Os papéis do roteiro e as partituras sobre a mesa de centro nada tinham a ver com o que Sheilla Castro disse mais cedo. Porque Sheilla Castro não significava nada.

Mas droga! Estrelinha mimada não era a impressão que esperava passar para alguém.

Sua reputação não era a melhor, ela sabia disso. Também sabia que grande parte da culpa era sua. Mas ela preferia ser chamada de drogada inconsequente pelos jornais - mesmo que nunca tivesse usado drogas - do que estrelinha mimada.

Ela não conhecia o papel. Não a versão dos palcos. Eles tinham feito sua estreia em Boston há uns 2 anos, mas Gabi nunca conseguiu um espaço em sua agenda para assistir. Quando anunciaram que o musical iria para a Broadway, Gabriela disse a si mesma que estaria presente logo na primeira semana.

Ela não esperava que fosse assim.

Mas ela conhecia o filme. "Um clássico!", como Bernardo já havia afirmado. Talvez ela já tivesse assistido mais de 10 vezes. Seu personagem era um sonhador. Ele se entregava à vida como se tudo aquilo fosse eterno - ou como se tudo fosse desaparecer no dia seguinte. Ela nunca soube diferenciar muito bem.

Mas ela costumava ser assim. Droga, ela era um Christian. Ela acreditava no amor, aquele amor avassalador que muda sua vida e te faz ser melhor.

É engraçado como ela não se via como nenhum dos dois protagonistas agora. Ela não tinha mais a ingenuidade de Christian, a certeza de que tudo ficaria bem. Mas ela não era nenhuma Satine por isso. Lhe faltava a maturidade. Gabriela vivia em um limbo. Ela não era mais a garotinha feliz, mas também não tinha tempo para entender a tristeza que a consumia.

Ela não tinha tempo agora. Por mais que conhecesse o filme, a versão do palco era diferente. Ela tinha mil questões técnicas para se preocupar, mas buscou guardar pelo menos seu solos no momento.

O primeiro ensaio com a banda seria amanhã. Ela sabia que eles não esperavam que ela chegasse no local com tudo perfeito. Mas fazê-la apresentar El Tango de Roxanne em seu primeiro dia oficial só podia ser uma tentativa de a humilhar. Levando em consideração sua performance até o momento, eles não teriam dificuldade. "Certo, eu nunca vou conseguir atingir essa nota", pensou a cantora.

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