Parte IV

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A primeira pessoa que vi quando desci do carro foi Jessica, sorrindo abertamente enquanto andava até mim para me receber.

– Como está, Charlotte? – Ela perguntou sorrindo e eu a puxei para um abraço apertado. Duas semanas longe dela pareciam uma eternidade.

– Muito bem, Jess, e você? – Falei no meio do abraço e ela me respondeu baixo que também estava bem. Sorrindo, pedi ao motorista de Carlos que levasse minhas malas para dentro enquanto eu conversava com Jessica.

– Como foi a viagem? – Ela perguntou sorrindo e eu respirei fundo, pensando no que responder sem soar de uma maneira estranha.

– Muito bem, na verdade. Melhor do que eu tinha imaginado que seria. – Falei sinceramente e ela concordou com a cabeça, demonstrando que tinha entendido o que eu tinha dito. Jessica era a pessoa com quem eu mais conversava, além de Charles, porque ela me conhecia desde criança e eu sabia que o carinho dela não era apenas pelo dinheiro que meu pai tinha.

– E o senhor Sainz, como está? – Ela perguntou com uma curiosidade sincera ao desviar o olhar de mim para Carlos, que estava terminando de dar a volta no carro para poder passar uma mão pela minha cintura e me abraçar.

– Muito bem, Jessica, obrigado por perguntar. – Ele respondeu com o sotaque pesado ao falar o nome dela e ela sorriu, contente com a resposta. Entrelacei meus dedos com os de Carlos e acompanhamos Jessica para o lado de dentro da casa, devagar e ouvindo o relato de Jessica sobre como as coisas ficaram na casa enquanto eu estava fora.

Assim que ela terminou de falar, paramos na frente da porta da sala de estar ao ver minha mãe, meu pai e Fernando sentados nos sofás, conversando.

– Vocês voltaram! Como foi a viagem? – Minha mãe perguntou ao se levantar do sofá e eu forcei um sorriso, respondendo exatamente o que ela queria ouvir:

– Ótima, mamãe. – Assim, ela me abraçou rapidamente e voltou a sentar no sofá, ao lado do meu pai, que nada disse, apenas olhou de mim para Carlos e de volta para mim.

– Belo anel. – Fernando comentou antes que pudéssemos sair e eu olhei para a minha mão esquerda, que não estava entrelaçada com a de Carlos, vendo o anel de esmeralda, que eu tinha esquecido que estava sentado no meu dedo anelar.

– Obrigada... Carlos foi quem me deu no meu último aniversário. – Respondi com uma sobrancelha levantada e o encarei, esperando que ele respondesse, o que não aconteceu. Jessica continuava parada na porta, nos esperando, então pedi licença aos três e voltei a andar até o meu quarto com a governanta que sorria com afeto e segurando a mão de Carlos, que não tinha dito nem uma palavra desde que entramos na casa.

– O que ele está fazendo aqui? – Perguntei um tanto irritada quando entramos no meu quarto e Jessica respirou fundo, me fazendo ficar confusa e receosa pela resposta dela.

– Aparentemente precisava conversar com o seu pai... – Ela respondeu, me olhando de maneira significativa e eu revirei os olhos, sabendo que ele provavelmente estava falando mal de Carlos no andar de baixo antes de chegarmos.

– De novo? – Perguntei cansada e ela apenas encolheu os ombros em resposta. – Enfim, deixemos isso para outro momento. Jess, será que você pode pedir para trazerem nosso almoço aqui no quarto, por favor?

– Como preferir! – Ela falou sorrindo e eu concordei com a cabeça em agradecimento, dando a oportunidade para ela se retirar do quarto. As minhas malas não estavam aqui ainda, então provavelmente já estavam na lavanderia.

– Esse aqui é meu quarto, Carlos. – Falei sorrindo divertida e ele olhou ao redor do cômodo, parecendo confuso com alguma coisa. – É aqui que eu me escondo quando não estou escondida no estúdio.

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