Capítulo 18🖤

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Azriel

— Diga o que quiser, não vou confiar a menina nesse povo. -minha parceira torceu o nariz, encarando Devlon ao longe.

— Ela pertence ao acampamento illyriano... -tentei explicar.

— Pertenceria se os pais estivessem vivos, não estão. -ela disse, balançando levemente a menina.

Eu suspirei.

— Amor, você não pode levar a menina. -falei.

— E por que não? -me encarou.

— Por que é....

Eu não conseguia nem falar diante do olhar sério dela, resolvi me calar, por enquanto.

— Porque é nada, Azriel, a coitada iria morrer só porque nasceu menina. -ela disse, um olhar assombrado.

Eu apertei as mãos em punhos, não acreditava que queriam matar a pobre criança apenas por não ser um menino.

Se já não estivessem mortos, eu teria os matado.

— Ela não vai ficar. -negou Angel.

— Amor...

— Eu sei como é ficar sozinha e sem ninguém. —ela disse— tive pensamentos ruins, e não desejo que essa criança chegue a ter os mesmos pensamentos quando achar que tudo não faz sentido, quando achar que já deveria ter acabado com a solidão.

Aquele seu olhar, me fez parar de argumentar, aquele seu olhar de quem passou por um mundo de sofrimento, e que ainda não se sentia pronta para dividir comigo a sua dor.

— Vou levar ela. -falou.

Eu pisquei.

— Angel, não saia com a menina na frente deles, eles vão atacar, você está levando uma criança illyriana.. -corri atrás dela.

Ela me encarou, raios e trovões ronronando em suas íris.

— Quero ver eles tentarem. -ela disse.

— Não vai levar a criança, bruxa.  -rosnou Devlon.

Ela o encarou de cima a baixo.

— Não acho que você vá cuidar dela, não cuida nem do seu senso. -ela disse.

— Eu já cansei de seus insultos. -ele rosnou.

Eu rosnei, me pondo na frente da minha parceira, um olhar mortal e frio na direção de Devlon.

— Se ousar tocá-la, eu acabo com você, um lorde para o acampamento o meu grão-senhor encontra em qualquer lugar. -ciciei.

— Mas não como eu.

— Ninguém é insubstituível, Devlon, tem gente melhor que você. -disse minha parceira, atrás de mim.

Percebi, illyrianos se aproximavam aos arredores, para atacar.

Minhas asas se abriram, um gesto de que eu atacaria.

Eles pareceram temer mas não recuaram.

— Se vocês derem mais um passo, vão levar um castigo, bando de cães sarnentos. -Angel disse, calmamente.

Eles deram um passo, ela ergueu a bengala poucos centímetros.

— Ela avisou. -falei.

Eles avançaram, a bengala bateu contra a lama.

Raios correram por terra e encarei um por um levar um choque, razoavelmente grande, o máximo para fazê-los irem ao chão, com grunhidos de dor.

— Bruxa. -Devlon deu passos para trás.

Corte De Um Amor Para Azriel.Onde histórias criam vida. Descubra agora