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PRÓLOGO

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PRÓLOGO.

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Maya caiu com tanta força no chão que teve de esperar alguns segundos até o teto parar de girar. Enquanto lidava com as costas doloridas e um possível traumatismo craniano, ouvia Jerry se acabar de rir do outro lado do tatame.

─ Não valeu! ─ se levantou em um salto, mas sua atitude não o fez parar de rir.

─ Não valeu porque você perdeu ─ ele caçoou.

─ Não valeu porque você tem dois metros de altura ─ ela balançou os braços em frustração.

─ Aceite sua derrota ─ Jerry falou e recebeu em troca um dedo do meio erguido.

Maya saiu do tatame e se encostou no balcão da lanchonete, onde Colin jogava um jogo qualquer no celular. Ele ergueu os olhos para ela, que estava claramente irritada. E ninguém queria enfrentar Maya irritada, por isso o asiático abaixou o celular e apoiou os cotovelos no balcão.

─ Me dê sua bebida mais forte ─ ela ergueu os polegares pra cima.

─ Tenho vitamina de pequi ─ Colin fez uma cara de desgosto. ─ É tão forte que você nunca mais vai se esquecer do sabor. Acredite.

─ Acho que posso viver sem isso ─ ela fez uma careta. ─ Só faz algo que tenha manga.

─ Certo.

O garoto se abaixou e começou a trabalhar, Maya não achava que algo saboroso sairia dali, mas era o melhor que conseguiria no momento.

Ela pegou o copo de vitamina que Colin estendeu, mas antes de levar os lábios ao canudo, Jerry apareceu ao seu lado.

─ Eu não faria isso se fosse você ─ avisou, se encostando no balcão.

─ O que não te mata, te deixa mais forte.

─ No caso dessa vitamina, o que não te mata, te faz passar três dias no banheiro.

Maya afastou o canudo da boca sutilmente, enquanto olhava Colin bater a mão no peito dramaticamente, ofendido.

─ Ei ─ o asiático chamou. ─ Tem coisas que machucam, cara.

─ A verdade dói, mas fortalece ─ retrucou.

─ O que é isso? Festival de ditados populares péssimos? ─ era a voz de Rudy.

Rudy era o sensei da Academia Guerreiro Wasabi. Definitivamente não era o melhor exemplo de sensei, mas era uma ótima pessoa. E desde que começara as aulas de caratê, Maya até poderia o chamar de amigo.

─ O Jerry tem preconceito com minha vitamina, só porque a coitadinha não tem a melhor cara do mundo.

─ Nem a melhor cara, nem o melhor cheiro, e muito menos o melhor sabor ─ Martinez disse, arrancando uma risada alta de Maya, que nessa altura do campeonato, já tinha largado o copo em cima do balcão e se afastado o máximo possível.

Os quatro estavam tão ocupados rindo, que não notaram os dois garotos altos que entraram na academia com uma expressão de nostalgia estampada no rosto.

Rudy foi o primeiro a cair em si. Ele deu uma espécie de grito e passou o braço esquerdo sobre os ombros do moreno alto. Maya, que tentava se recuperar da risada, não conseguiu deixar de notar o quanto ele era bonito. E não deixou de notar que estava suada feito um porco, vestindo uma roupa de academia, e com os cabelos presos em um péssimo rabo de cavalo. Sem contar o momento nem um pouco oportuno no qual ele chegou, enquanto ela ria de uma forma nada graciosa.

─ Ei, Jack, Milton ─ Jerry chamou. ─ Essa é a Maya ─ o latino passou um braço pelos ombros dela, que apenas sorriu, tímida.

Mas seu pequeno momento de insegurança e timidez desapareceu na mesma velocidade que surgiu, logo que ela notou o olhar de desprezo que o garoto de longos cabelos castanhos direcionou a ela.

Foi instantâneo, como uma defesa involuntária; Maya ergueu os ombros e levantou o queixo, o observando de cima a baixo.

─ Algum problema? ─ perguntou, quase desdenhosa.

─ Não, não ─ ele negou com a cabeça. ─ Só estava me perguntando o que você estava fazendo aqui.

─ O que se faz em uma academia de caratê? ─ ela perguntou, em um tom inocente que o fez trincar os dentes.

─ O que uma garota ─ ele a observou de cima a baixo ─, como você, faz em uma academia de caratê.

Maya riu. Seus olhos castanhos se estreitaram na direção de Jack, que tinha a sombra de um sorriso sarcástico nos lábios.

Ela se desvencilhou do braço de Jerry e deu um passo para frente, mas o Martinez a segurou pelo cotovelo e a puxou para trás antes que ela fizesse algo do qual iria se arrepender.

─ Acredite ─ ele murmurou. ─ Você não quer fazer isso.

Os dois caminharam para longe, e Maya olhou para Jack por cima do ombro, ele tinha um sorriso vitorioso no rosto, e isso fez com que as bochechas da morena corassem de raiva.

─ Quem é ele, afinal?

─ O melhor carateca que eu já conheci, ele é faixa preta terceiro dan, e você não quer o enfrentar ─ ela deu um empurrão nele.

─ Ele é um babaca.

─ Você aprende a conviver.

─ Igual eu aprendi a conviver com você ─ ele riu, mas concordou com a cabeça.

Maya não deixou de notar a irritação no rosto de Jack quando Jerry começou a rir, e ela ficou pensando se isso era ciúmes. De Jerry?

Anotou mentalmente que teria que perguntar a ele se os dois já tinham se envolvido antes.

Ela entrou no vestiário e ligou o chuveiro gelado em cima dos ombros, tremeu quando a água encostou em sua pele quente de suor, mas lavou os cabelos demorando o tempo que foi necessário.

Muito tempo.

Quando saiu, vestiu uma bermuda jeans e uma camisa do Capitão América. Seus cabelos ainda molhados, encharcaram as costas da roupa, mas ela ignorou. Pegou sua mochila e deixou o vestiário, encontrando o outro garoto que chegara junto de Jack.

Seu nome era Milton.

Ele teve uma espécie de espasmo ao olhar para ela, e sorriu de orelha a orelha, ao mesmo tempo que tinha uma expressão de desgosto nos olhos. Foi uma reação estranha.

─ O que? Também acha que não posso frequentar uma academia de caratê?

─ Sendo time Capitão América? ─ ele fez uma careta. ─ Não mesmo.

─ Sai daqui ─ ela resmungou. ─ O Tony é incrível, mas estava muito errado em Guerra Civil.

─ Nunca! ─ o ruivo disse.

Os dois passaram tanto tempo conversando, que Maya se esqueceu o quanto estava irritada com Jack, já que finalmente encontrou alguém que suportasse conversar com ela sobre super-heróis.

Não fora um dia tão ruim, afinal.

Não fora um dia tão ruim, afinal

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OHANA, guerreiros wasabi ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora