NOVE
você é um gênio.
𖦁
─ Ninguém conseguiu falar com ela? ─ Jack perguntou, aflito.
─ Eu falei com ela ─ Jerry deu de ombros.
─ Eu também ─ Milton olhou para Jack e depois Jerry.
─ Isso significa que ela está me ignorando?
─ Olha, eu acho que sim ─ Jerry segurou uma risada.
─ Isso não é engraçado ─ Jack o repreendeu. ─ Eu estou preocupado.
─ Você não é a babá dela, Jack ─ Milton deu de ombros.
─ Pois é, a Maya sabe se cuidar ─ Jerry completou.
Os três estavam no Boliche do Phil. Haviam convidado Maya também, mas ela disse que não iria. Bem, ela disse que não iria para Jerry. Porque se recusou a responder qualquer uma das mensagens de Jack.
O carateca estava estatelado em uma cadeira, enquanto Jerry e Milton jogavam boliche.
─ Você está miserável, cara.
─ É ─ ele deu de ombros. ─ Eu sei.
Jack tinha um pacote de salgadinhos apoiado na barriga e uma expressão de derrota no rosto.
─ Eu acho que ferrei tudo com ela.
─ Eu pensei que você nem gostava dela ─ Milton comentou, antes de jogar a bola.
─ Eu também ─ Jack retrucou. ─ Parece que nos enganamos.
─ Olha, Jack, não sei o que aconteceu entre vocês, mas não custa nada tentar resolver ─ Jerry falou, pegando um salgadinho.
─ Ela vai me odiar ainda mais ─ ele afundou na cadeira.
─ Se ela já te odeia... ─ ele ergueu os olhos ─ Não vai mudar nada.
─ Como vou ao menos falar com ela? Faz dois dias que ela me evita.
─ Bem ─ o Milton começou ─, talvez isso seja muito errado. Mas o Rudy tem as fichas de todos os alunos, e nas fichas tem o endereço.
Jack se levantou de uma vez.
─ Milton, você é um gênio ─ ele sorriu e deixou os dois amigos jogando boliche sozinhos.
Como Jack dava aulas de caratê, ele tinha a chave da academia e a da sala de Rudy. Ficou assustado com a bagunça que encontrou ali, mas respirou fundo e começou a procurar pela pasta de Maya, no meio de toda aquela zona.
Quando finalmente a encontrou, ele se sentou de pernas cruzadas no chão, pensando se realmente invadiria a privacidade da morena dessa forma.
Da primeira vez não havia dado muito certo.
Ele deu de ombros e abriu, passando os olhos pelos dados básicos, como seu nome, idade e tipo sanguíneo. Passou para a segunda folha, e fotografou o endereço de Maya. Fechando a pasta e a deixando em cima da mesa.
Pediu um Uber do shopping até a casa dela, e percebeu que era extremamente longe ao ver o preço que ficou a corrida.
Jack passou a viagem inteira balançando o joelho e roendo as unhas. E se ela ficar mais brava ainda? Ele não pensou que se importaria com o que Maya Claremont pensaria dele, pelo menos algumas semanas antes não.
Mas os dois haviam criado um laço estranho de amizade, que ele não queria destruir de jeito nenhum. Ele não fazia ideia do que tinha acontecido com Maya, e queria por tudo que seu palpite estivesse errado. Mas ao mesmo tempo, sentia que estava certo. Sentia que Michael era o principal culpado, e não se arrependia nem um pouco de ter batido nele.
Se arrependia por Maya ter visto.
Quando chegou, ele pagou o motorista e desceu do carro. Ficando cara a cara com uma casa com as paredes mal pintadas. Não estava caindo aos pedaços nem nada, e ele se sentiu aliviado ao ver que pelo menos ela morava em um lugar descente.
Jack caminhou receoso e apertou a campainha. Ela tocou pouco mais de duas vezes, e então Maya colocou a cabeça para fora, arregalando os olhos.
Ele não conseguiu ver muito dentro da casa, mas notou um homem sentado no sofá com uma garrafa de cerveja na mão.
─ Jack? O que você quer? ─ resmungou em um sussurro.
─ Que você não me odeie ─ ele suplicou. ─ Podemos conversar?
Ela lançou um olhar para dentro da casa e assentiu.
─ Tem uma janela do lado esquerdo da casa ─ depois de dizer isso, Maya bateu a porta na cara dele.
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OHANA, guerreiros wasabi ✓
FanfictionA vida não é fácil, principalmente quando você não tem ninguém ao seu lado. Esse não era o caso de Maya Claremont, que apesar de lutar todos os dias contra os próprios demônios, tinha alguns amigos com que sabia que podia contar; isso até Jack Brewe...