capitulo veintiuno

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Já havia se passado dois dias.
Dois dias de pura ansiedade, pensamento e dúvida.

O dia estava bonito e com um céu limpo, mas novamente, S/n não quis sair da cama. Diferente de Camilo, que rodava a casa pensando, pensando e pensando em relação a toda a situação.

Nesses dois últimos dias, todas as tardes, Tõnito e Miguel se encontravam na praça; para conversar sobre seus irmãos mais velhos. Até mesmo as pequenas crianças que Camilo cuidava, começaram a se preocupar.

— Eles não estão mais juntos ?

— Por que Camilo não sai da Casita ?

O jovem cacheado sentava em uma das cadeiras perto do quarto de seu tio, pensando se valia a pena conversar com o mesmo.
Ele tentava ao máximo parecer bem perto de sua mamá, até porque era capaz da ruiva sentir mais tristeza do que o próprio rapaz.

— Camilo... — Abuela lhe tirou de seus pensamentos — Por que não vai até as crianças ? Elas estão sentindo sua falta. Quem sabe, até vê s/n !

— Não estou me sentindo muito bem ainda . Obrigado, Abuela.

Bom, ele já havia tentado pelo mesmo ver s/n.
Na forma de seu irmão mais novo, foi até a porta da garota, sendo recebido por Ângela.
Gentilmente e cuidadosamente Camilo perguntou sobre s/n, tendo uma resposta de uma forma carinhosa.

— Oh Tõnito, ela não está muito bem hoje. Está deitada.

Naquele dia Camilo voltou para casa sem um pingo de esperança, fazendo a duvidar surgir ainda mais forte enquanto olhava no espelho. Mas ao lembrar da frase que Dolores contou, ele voltou com ainda mais força.

" os reflexos estão ficando mais fortes e os espelhos estão ficando cada vez mais claros e duvidosos "

Decidido e despreocupado entrou no quarto do Tio, dando de cara com as escadas enormes e altas.

Ele revirou os olhos e suspirou de raiva.

— Ah, havia me esquecido disso.


— Levanta s/n levanta ! Não pode ficar deitada para sempre, Mi Hermana ! — Miguel sacudiu a irmã.

— Não estou me sentindo bem, Miguel... me deixa quieta, por favor?

O garotinho coçou o nariz e forçou os bracinhos, com raiva de sua irmã ficar tão parada.

Alto e claro colocou os braços na cintura, como Camilo lhe ensinou .

— Olha só ! Não é certo você ficar aí ! Vai agora falar com Camilo !

A garota revirou os olhos e sentou em sua cama, encarando a pequena figura que se encontrava de pé ali.

— Não fala o que não sabe, Miguel ... — Falou cansada.

O garoto arregalou os olhos e falou bravamente.

— Não sabe ?! Eu fui o primeiro a descobrir ! Todo mundo aqui sabe !. Você ama ele, certo ? Ele também te ama ! Vai atrás de Camilo! Porque eu também amo ele ! — Cruzou os braços fazendo bico para a irmã.

Ela estava tão focado no Camilo, que acabou esquecendo do seu pequeno irmão, que também era loco pelo rapaz que trocava de forma.

— Vem cá... — S/n chamou e puxou o menor para um abraço.

O menino suspirou de alivio ao sentir o perfume da irmã mais velha.



Camilo respirou fundo quando chegou na porta de entrada do quarto do Bruno.
Levantou a cabeça recuperando o fôlego, e logo continuou a andar.

Con Flores  •Camilo Madrigal•Onde histórias criam vida. Descubra agora