final

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Enquanto Camilo já estava no meio do caminho, uma das irmãs mais velhas de Mirabe , tocou a porta da mesma .

— Por que Camilo saiu correndo desse jeito ? — Perguntou Luiza.

A mais nova ajeitou os óculos e fez bico.

— Ah- eu não tenho ideia... Você sabe Casita ?

A casa balançou as janelas como resposta, formando um belo gesto de " não sei ".

Assim que ele avistou a pequena casinha colorida e decorada com flores, acelerou o passo e bateu apressado na porta.

Ele bateu uma, duas, três, quatro vezes... mas ninguém atendeu.

Sem pensar duas vezes, o menino se apoiou no pequeno pedaço de madeira que ficava debaixo da janela; apertando os olhos para enxergar algo.

E ele viu, viu uma lâmpada acessa no quarto da garota.
Tudo o que conseguiu pensar foi em pular a janela e entrar sem ser chamado. Afinal, ele sabia que ela estava o ignorando.

No tamanho de Tõnito , pulou a janela meia aberta do quarto da menina, que rapidamente saltou de sua cama e o observou apreensiva.

— Você não abriu a porta, mas pude te ver.

— O que quer Camilo ?

A garota cruzou os braços olhando atentamente para o menino, procurando um ponto para se concentrar em não chorar na frente do mesmo.

O cacheado recuperou ar e observou a garota com carinho, sem muito esforço falou :

— Desabafa comigo. — A menina franziu o cenho em surpresa. — Sei que não foram muitos que te perguntaram, mas eu vou, Como você se sente ?

Um silêncio grande foi formado.
A menina estava em choque, em surpresa.
O olhar dela se transformou e marejou em lágrimas de alívio, finalmente, até que enfim. Alguém tinha se importado sem ela precisar falar ou fazer o " escândalo " que ensaiou todo em sua mente.

Ela abriu e fechou a boca diversas vezes, estreiou os olhos e viu que era verdadeiro.

— Eu estou cansada. Eu vivi para cada um deles, estive ali e não me importei em me deixar de lado para ajudar. Mas... era tudo sobre você, tudo sobre vocês, mas nunca sobre mim. Entende ? — Cuspiu as palavras rapidamente , recuperando fôlego — O que eu sinto ou o que quero para mim é tão insignificante assim ?!

A família , era mentira.
A Dança , era mentira.
Seu "amigo" e "amado" , era mentira.
Seu colar , era mentira.
Seu papá , era mentira.
Seu Amor , era mentira.

Ela se sentia sozinha. Se ela tentasse explicar cada mentira, muitos a chamariam de mentirosa e as mentiras se tornariam verdadeiras. Bom, isso no olhar de quem olha de fora.

Mas agora não, ela sabia que tinha um companheiro, que sentia a mesma coisa e enxergou isso nela.

Camilo abraçou a pequena garota com toda a delicadeza da mundo.
Se afastando o suficiente para ver o rosto inchado e vermelho da pequena, ele disse com clareza :

— Eu te entendo. Mas agora, você não está sozinha. O meu amor é verdadeiro, o meu sentimento é verdadeiro e não tem encanto algum que mude ele.

— Nem mesmo um milagre ? — Perguntou baixinho.

— Nem mesmo um milagre.













— CUIDADO MIGUEL !!

— CUIDADO TÕNITO !!

As duas cozinheiras gritaram chamando a atenção dos filhos que corriam para lá e para cá com os animais.

Ângela se sentia em casa quando cozinhava na Casita, junto de sai mais nova amiga Julieta.

— Os óculos de Mirabel são tão legais , não são? — Perguntou Julieta enquanto admirava a filha mais nova.

— São sim — Riu como resposta.

Assim que a mais velha estava preste a colocar mais uma de suas Arepas Con Queso na tigela , se deu conta de que nenhuma mais estava lá.
Já se lembrando das duas figuras inseparáveis da casa , gritou sem devaneios .

— CAMILO E S/N ! VOCÊ DOIS VÃO FICAR DOENTES COMENDO TANTO ASSIM ! — Riu, dando de cara com duas s/n .

Casita sem vergonha alguma , empurrou o casal para frente das damas, revelando a média tijela azul de Arepas .

A menina colocou a tijela na mesa com a boca cheia, sem desviar o olhar de sua mãe.

— Camilo te infectou com a "fome de rato" ?!

— O que vou fazer se a senhora tem uma mão mágica para cozinha ?! — Disse Camilo irônico, puxando sua amada para fora da casita.

Ambos correram em direção ao pequeno tronco que tinha do lado de fora, que dava uma bela paisagem de encanto.

— Tá ! Olha olha ! — Levantou o camaleão empolgado.

— Quem vai imitar hoje ?! — S/n sorriu animada.

Em segundos o garoto se transformou em seu pequeno cunhado.
Com um olhar de deboche, cruzou os braços e imitou .

— Minha irmã é tão feia e chata... ah ! Mas o Camilo ele é demais !

Com uma gargalhada a menina o empurrou na grama, vendo de volta a face do seu namorado.

— Ainda dá tempo de fugir de você ? — Sorriu.

— Com toda a certeza não ! — Disse Camilo mostrando a pequena fita vermelha em seu dedo.










Pov S/N

Meu irmão e Tõnito se tornaram melhores amigos, sinceramente, nunca vi uma dupla tão inseparável !

Uma outra dupla legal é a minha mãe e a dona Julieta, que cozinham tão bem quanto um cozinheiro profissional de um restaurante chique.

A família madrigal me recebeu muito bem, Tio Bruno está feliz ,e Mirabel também.

Abuela me ajudou a entender melhor o meu dom. Hoje em dia até ajudo Camilo com as crianças no pequeno teatro da vila.

Eu e o Camilo estamos juntos. Agora a nossa fita é a vermelha, a cor que ele diz ser " Do Amor " . É típica em romance teatral , segundo ele.
Ninguém nunca me tratou tão bem quanto ele.

E o Victor ? Bom, viramos amigos.
Ele está melhorando, mas mesmo assim Camilo ainda tem uma pulga atrás da orelha com ele.

Algum dia ele se acostuma.

Ele me ama de verdade.

— EU AVISEI !!!!

SHHIIUUU Miguel ! É o meu Pov não o seu.

Con Flores  •Camilo Madrigal•Onde histórias criam vida. Descubra agora