Gatinha?

17- 𝘾𝙤𝙣𝙛𝙞𝙨𝙨𝙤𝙚𝙨

-Papai? -Vi o homem entrar na sala.

Ele sussurrou algo no ouvido do capanga, que saiu, e fechou a porta.

-Papai, o que você vai fazer? -Tremi ao vê-lo sacar uma arma.

-Vou acabar com isso de uma vez por todas, mas antes... -Guardou o objeto na calça. -Serei piedoso e deixarei que faça uma ligação.

-Ligação? E-eu posso? -Minha voz saiu trêmula.

-É claro... fique a vontade para se despedir. -Sorriu contente ao ver o meu desespero.

E não é que a ideia louca da Minnie deu certo? Neste momento elas estavam quebrando garrafas na cabeça dos homens, enquanto eu procurava a híbrida pela casa.

-Yuqi! Yuqi! -Andei por todo local e não achei ela. Será que ela não está aqui? Eu começava a entrar em desespero.

Quando ia andando pelo corredor para ir até as meninas, reparei numa porta na qual eu ainda não havia entrado, no final dele. Ao abri-la me deparei com uma escada, que dava para outro corredor extenso. Me assustei quando encontrei um homem sentado numa cadeira velha.

Me escondi na parede, temendo que ele tivesse me visto. Dei uma breve olhada e o mesmo parecia distraído em seu celular. Ufa! Durante a investigação pela casa encontrei um bastão de beisebol. O segurei, suspirei e me preparei para atacá-lo.

-Chega! -O homem desligou o celular, irritado após as diversas tentativas.

-N-não papai! -Yuqi gritou chorando. -Deixa eu tentar mais uma vez! -Suplicou em meio aos prantos.

-Eu te disse filha, não devemos confiar nos outros. -Andava em passos lentos até ela. -Olha para você agora. -Riu. -Achou mesmo que elas se importam com você? -Segurou o queixo dela, a fazendo o encarar. A garota sentia seu coração em pedaços. As meninas teriam mesmo se esquecido dela? Será que Soyeon não gostava dela o tanto quanto ela amava Soyeon? Como ela pode confiar em pessoas que mal conhecia?

-Vamos acabar com isso de uma vez por todas. -Sacou uma arma e a direcionou para Yuqi. A ruiva fechou os olhos, rezando para que o que o seu dissera a minutos atrás fosse mentira, ela queria que o amor que sentia pela coreana fosse reciproco.

-Filho da puta! -A voz conhecida por Yuqi adentrou o cômodo com fúria, e com um bastão em mãos. Rapidamente o homem colocou a arma na direção dela.

-Não! Papai! -Os poucos minutos de alivio que ela sentiu ao ver a jovem ali se desfizeram ao ver seu pai apontar a arma para a mesma.

-Solta ela agora! -Gritou com raiva. Yuqi nunca tivera visto ela assim.

-Ou o que? Vai bater em mim com essa coisa ridícula? -Riu debochando do bastão em suas mãos.

Soyeon andou lentamente ate a outra e começou a desamarrar seus pulsos.

-O que pensa que está fazendo?! -O cientista gritou. -Saía daí!

-Vai ficar tudo bem, gatinha. -Sorriu na tentativa de confortar a garota e depositou um beijo nas bochechas rosadas.

-Se afaste agora! Ou eu atiro em você! -Ameaçou.

-Isso é entre eu e você agora! -Gritou de volta. -Deixe que ela vá! -A hibrida rapidamente se levantou capturando as mãos da loira a sua frente, lhe lançando um olhar de medo, balançando a cabeça negativamente. -Vai ficar tudo bem. -Sussurrou para a garota.

Ele hesitou por alguns segundos, mas ao ver o desespero no olhar de sua filha, repensou, e talvez a melhor forma de tortura-la seria matando quem ela ama.

-Tudo bem. -Disse por fim. -Deixarei que ela vá. -Yuqi olhou assustada para Soyeon, não queria deixa-la sozinha com ele, sabia do que o homem é capaz.

-Por favor, gatinha... -Suplicou mais uma vez. -Daqui a pouco eu te encontro lá em cima, hum? -Abraçou a mais nova.

-A Yuqi não quer te perder. -Sussurrou chorosa, no pescoço alheio.

-E não vai. -Soyeon sentiu vontade de chorar ao ouvir tais palavras. -Agora preciso que vá, por favor. -Pediu separando a garota de si, contra a sua vontade. -Não deixe que Shuhua e Miyeon se matem enquanto eu não voltar. -Comentou fazendo a outra rir.

-Eu te amo, Soso. -Confessou de repente, sentindo suas bochechas corarem com o que acabará de dizer. A loira se assustou com aquela frase saindo com naturalidade da boca de Yuqi, como se dissessem isso todos os dias uma para a outra.

-Eu não tenho o dia todo! -Disse sem paciência.

A híbrida abraçou a mais velha mais uma vez, e saiu do lugar, mas antes, olhou brevemente para seu pai, pedindo com os olhos que ele não a machucasse.