“Mesmo que eu tivesse dito, em algum dia de novembro, que poria um fim ao blog, não consegui me desapegar das cartas de amor. Elas significam tanto quanto você significou para mim. São o meio de eu mantê-lo vivo e ativo na minha memória.
Se eu encontrasse uma lâmpada mágica, e pudesse fazer um desejo para ela, seria tê-lo aqui comigo de volta, em carne e osso. E meu. Na verdade, não me importaria se você não quisesse ser mais meu homem, meu marido ou minha vida, você nem precisa me querer de volta – embora, é claro, eu fosse odiar essa parte –, mas eu o quero vivo. É só o que eu quero.
Nossa filha começou a dar alguns passos recentemente, sim, ela estava um pouco atrasada nisso, e, ontem, ela também falou sua primeira palavra, e eu lhe dou um real se descobrir o que foi que ela disse primeiro: Sim, "papai", ela o ama muito também e acredito que também sente sua falta.
Ontem também recebi uma ligação que me pegou de surpresa. Era o seu general, quanto tempo eu não falava com ele. E eu fui chamada para atender os feridos. Queria poder cuspir na cara deste homem, mas apenas me controlei e disse "sim".
Eu sei o que você pensa, "é perigoso" para mim e bombas podem cair perto de onde eu estou e deixar a Clara órfã de mãe e de pai, mas eu creio que nada acontecerá comigo. Eu espero que nada aconteça. Eu vou amanhã cedo. Clara ficará em casa com nossas mães, devo voltar em um mês para casa. Assim espero."
Arrumei as malas e dentro pus uma boneca de pano da Clara, para me lembrar da minha filha. Desci as escadas e olhei minha mãe e Patrícia, que me olharam de volta, parando de brincar com a bebê.
— Estou pronta. Devo ir amanhã pela manhã. Como esta minha pequerrucha? — perguntei sorrindo indo abraçá-la.
— Você tem certeza de que está bem para ir? Quer dizer, faz três dias que não tem crise, mas isso não quer dizer muito. E se você tiver uma crise lá? Ou pior? — perguntou minha mãe, dei meu sorriso mais reconfortante para ela e toquei em seu joelho esquerdo.
— Mãe, mais cedo ou mais tarde eu precisaria voltar ao trabalho. E eu vou conseguir ficar bem lá. — eu tentei falar firme, mas mesmo eu não me sentia pronta para ir.
— Você vai ver muitos soldados feridos lá, minha querida... — Pattie começou, com toda a simplicidade e gentileza do mundo — Isso não vai fazê-la... Se lembrar de Justin? — ela perguntou pausadamente.
Eu engoli em seco. Queria dizer que não, que eu estava bem para isso. Mas a realidade é que eu não estava nem bem e nem pronta, porém, devemos começar de algum lugar e continuar a partir daí. Eu tentaria meu melhor naquela ilha.
— Eu cuidarei de mim. Eu prometo para vocês. Vou voltar melhor do que antes. — eu disse, novamente, tentando soar firme, mas com poucas esperanças de que isso acontecesse.
Clara segurou o meu colar e o apertou, puxando entre suas mãozinhas pequenas de boneca. Sorri para ela e acariciei seu cabelo. Como estava crescido desde a última vez que o cortei errado em casa.
— Você está ficando uma princesa muito linda, sabia disso? — enchi-a de beijinhos. — A cara de seu pai. Ele estaria me zombando uma hora dessas de ouvisse isso. — lembrei-me dele e suspirei, deixando um riso triste escapar de meus lábios.
Minha mãe e Patrícia se entreolharam, deveriam estar pensando a mesma coisa, mas logo mudaram o foco para mim e Clara novamente.
— Eu estou bem. — eu disse reafirmando todas as minhas falas.
O dia se passou assim, com elas duvidando da minha capacidade e eu concordando, mentalmente, com elas. No dia seguinte, acordei cedo e me arrumei, beijei a testa da Clara, disse lhe que a amava e a deixei dormindo com suas avós e sai de casa com a mala e a passagem para a ilha nas mãos. Seriam apenas algumas semanas, repeti para mim mesma. Só algumas semanas.
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Through Chance [reescrito]
FanfictionDois anos se passaram e ela ainda sentia o pesar e a falta de seu marido, e, com uma nova jornada, Louise deixa a filha aos cuidados das avós para embarcar para uma ilha deserta, onde tenta ajudar soldados feridos. É então que seu coração dispara. E...