Capítulo XVIII

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Louis

Depois de duas noites de pouco sono, olhando a lua da minha cabine de solteiro e uma madrugada de muito sexo, era de se esperar que eu dormisse como uma pedra naquela terceira e última noite no trem. Mas, em vez disso, fiquei novamente deitado observando as estrelas, enquanto o trem seguia suavemente, atravessando British Columbia, saindo de Kamloops, rumo á costa. Já passei por esse caminho centena de vezes, mas dessa vez eu estava acompanhado com o meu noivo e nós dois estávamos exaustos de tanto fazer amor, porém empolgados demais para dormir.

Apesar de tudo isso ter acontecido muito depressa, eu estava muito feliz. No início confesso que tive dificuldades para acreditar que tudo isso é verdade. Quer dizer, eu vou me casar com o Harry, meu melhor amigo. Vou me casar com o meu vizinho desleixado que morou durante dois anos no mesmo prédio de tijolinhos que eu. O homem que me conhece melhor do que qualquer pessoa nesse mundo. Esse pensamento foi o motivo de um sorriso bobo que parecia não ir embora nunca, porque eu vou me casar com o Harry e isso é motivo para sorrir pro resto da vida. 

Quanto mais nós conversávamos, mais fazíamos planos, enquanto do lado de fora da janela, o luar banhava a paisagem sempre em mutação e tudo parecia cada vez mais real e maravilhoso. Falamos sobre profissões, quando começaríamos uma família, quantos filhos queríamos e quais nomes eles teriam. Sonhos e praticidades se fundiam perfeitamente e eu nunca tinha me sentido tão leve na vida. O que era engraçado de certa forma devido a rapidez que ás coisas estavam indo.

A determinada altura, acabamos adormecendo nos braços um do outro e ao acordar, percebemos que a lua já tinha sumido e o amanhecer já clareava o céu. 

Trocamos um beijo carinhoso de bom- dia, depois suspirei nervosamente. Estávamos quase em Vancouver. E não pude deixar de sentir um pouco de medo ao pensar que a chance dos meus pais não aprovarem Harry era bem grande. Ele é um homem maravilhoso, mas '' fotografia '' não é algo que o tradicional casal Tomlinson ache sublime. 

Quando essa viagem começou o Harry iria chegar apenas dois dias antes do casamento, porém eu não esperava ser surpreendido com toda essa aventura fantasiosa e nem imaginaria onde ela nos levaria. Precisei mandar uma mensagem com uma desculpa esfarrapada para minha mãe, avisando que meu acompanhante estava comigo no trem e chegaríamos juntos. Pra variar ela não gostou muito da ideia, ela detesta visitas inesperadas e algo dentro de mim me dizia que dessa vez não seria diferente.

- Acho que devemos lavar o rosto, arrumar nossas coisas e tomar um café. - Harry disse ao se levantar da cama. Me espreguicei e continuei deitado embaixo dos lençóis observando o sorrisinho alegre que se formou nos lábios dele ao caminhar novamente em minha direção com um embrulho. 

- Precisa se alimentar meu amor. - Peguei o embrulhinho e abri. Era um guardanapo do vagão- restaurante que continha cinco pãezinhos do jantar, que estavam na mesa da noite anterior, ele me alcançou uma garrafa d'água também.

- Pão e água? - Eu disse fazendo uma cara feia de deboche. - Olha o Edward reservou uma suíte cara para passar a noite comigo e o Brian me levava a jantares refinados com vinhos caros. Você deve ter muita autoestima pra pensar que pão e água podem me conquistar.

Harry deu um sorriso malicioso.   

- Ah, mas se nós comermos pão e água no quarto, eu terei tempo de fazer isso. - Ele voltou para a cama e eu logo tratei da largar os pães e a água.

Harry me abraçou por trás, erguendo o cabelo da minha nuca e soprando levemente a minha pele. Estremeci de prazer e inclinei a cabeça a cabeça para facilitar. Ele segurou com força minha cintura e começou a depositar beijos no meu pescoço.

- Esse argumento é persuasivo. - Murmurei.

Uma hora depois, nós tínhamos tomado banho e novamente nos encontrávamos no quarto de Harry para olhar a vista da janela, conforme o trem se aproximava de Vancouver.

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