O Cortejo Do Marquês Raeken-Hale│𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶

𝖈𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖙𝖗𝖊̂𝖘

O dia amanheceu ensolarado pela manhã, acordando Liam através dos fechos de luz que enganaram as cortinas da casa do Duques Hale. O mais novo dos Dunbar-Lahey, já havia se higienizado e aguardava o irmão sentado na poltrona abaixo da janela, olhando pelas vidraças o campo de café do lado de fora. Era uma visão bonita, ainda mais com o cheiro que banhava toda a propriedade. Liam definitivamente estava adorando o cheiro de café, não porque era o cheiro que o alfa Raeken passava, mas por conta da propriedade. Obviamente a propriedade.

— Está pronto? — Liam questionou o mais velho, ao mesmo tempo que uma batida se deu do lado de fora, antes do seu cunhado aparecer — Bom dia, Scott!

— Bom dia, Liam. — o moreno sorriu para o cunhado, antes de atravessar o quarto, se encaminhando para seu esposo — Bom dia, amor.

O loirinho virou o rosto, tentando, na sua melhor forma, se tornar invisível, enquanto seu cunhado descia elogios ao seu irmão.

Isaac havia amanhecido mais mal humorado do que qualquer outro dia. Primeiro porque não dormiu ao lado de seu marido, ele desconhecia essa sensação a um bom tempo. Segundo porque Liam, seu irmão, parecia querer torrar cada centímetro de paciência ainda existente em seu ser. Terceiro porque depois de duas semanas esperançoso para estar esperando o próximo marquês de Blaser, um pequeno sangramento aconteceu, levando tudo que tinha planejado embora. Aparentemente, a sorte não estava a favor do loiro mais alto.

Sua sogra, Melissa, o tratava bem. Era uma ótima mulher, uma ótima pessoa para conviver. Contudo, isso não poderia ser dito de seu sogro. Rafael não era a pessoa mais simpática, muito menos paciente. E ele já estava irritado com a presença do Lahey-McCall, principalmente agora que os empregados da Mansão McCall surgiram com um comentário maldoso de que Isaac era oco por dentro. Exatamente. Oco. As más línguas estão falando que o marido do marquês de Blaser é infértil e isso, na cabeça do sogro do homem, significou que Scott já deveria estar procurando outro ômega para tomar para si.

Tudo isso pesava a cabeça do loiro. Ele não se imaginava mais sem o seu marido, sem o queixo torto que o abraçava nesse momento, sussurrando palavras doces e reconfortantes sobre o quanto sentiu saudades do seu ômega. Ele sabia que viveria sem ele, mas era questão de querer. Isaac não queria viver sem Scott McCall na sua vida. E como se isso fosse pouco, ainda tinha seu irmão. Liam parecia que tinha tirado o mês para lhe dar problema.

— Vamos? — Scott chamou os dois, não comentando nada sobre o modo como seu marido parecia tenso e seu cunhado lançava olhares medrosos a ele.

— Sim, por favor, estou louco de fome. — Liam comentou de modo exagerado, levantando em um pulo da poltrona.

Isaac estreitou os olhos para o irmão, em um sinal claro de que deveria ter modos. Aquela não era uma atitude de um ômega educado, ele deveria manter a classe. Não é porque esteja tentando de todas as formas possíveis se tornar uma pessoa falada, que Isaac aceitará que ele seja mal educado também.

— Amor, o que acha de ir na frente? — o loiro mais velho perguntou ao marido, fazendo Liam engolir em seco.

— Gostaria de entrar na sala de jantar com você ao meu lado, Isaac. — foi a única coisa que o McCall murmurou. Parte para salvar o cunhado, parte porque seu lobo parecia insatisfeito com a possibilidade de se afastar novamente do seu ômega. Eles já tinham passado a noite longe, não deveriam passar a manhã também.

Lahey-McCall repuxou os lábios, antes de concordar e virar para o irmão. Ele entendia o sentimento do marido. Os lobos sabiam o quanto estava com saudade de ficar abraçado a seu alfa.

— Depois conversamos.

Liam já estava ficando com medo, era a terceira vez que o irmão repetia isso no curto intervalo de um dia para outro. Isso não era uma boa ideia. O mais novo conhecia Isaac, aquele surto da noite anterior, antes de encontrar o mais novo com Theodore não era nada do que estava por vir, quando chegassem as terras dos Blasers.