𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖔𝖎𝖘

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Isaac estava irritado, não irritado. Isaac Dunbar Lahey-McCall, o marquês de Blaser, está possesso. Scott, seu esposo, se mantinha em silêncio no canto do quarto, observando o modo como seu cunhado parecia se encolher na poltrona, esperando a explosão de seu marido. Ele não era nem louco de apressar o esposo, mesmo morrendo de sono, depois da noite agitada, se mantinha alerta, esperando o escândalo. Sabia que o seu ômega não conseguiria ter uma noite de sono tranquila, enquanto não se resolvesse com seu irmão.

Liam está aguardando a surra de seu irmão desde o momento que entraram na carruagem disposta pelo marquês Derek, quando Isaac somente levantou a mão e sinalizou o cocheiro. Naquele instante o mais novo soube que estava ferrado, pois seu irmão não era o tipo de pessoa que esperava para resolver um assunto. E se ele queria esperar, era porque sua raiva já tinha ultrapassado o limite. E isso significava de forma bem clara sua total queda na percepção do irmão.

— Você disse que ia apenas pegar uma bebida e, do nada, resolve noivar e, ainda por cima, arriscar a moral de nossa família se enfiando em uma sala privativa com seu noivo, Liam?

O loiro sabia muito bem que não era como o irmão citava os eventos. Não era como se ele tivesse recebido um cortejo decente, ou um pedido de casamento formal, ou até mesmo um convite para acompanhar o marquês Theo até a biblioteca. Ele apenas se manteve em silêncio, tentando preservar a reputação da sua família, não querendo escândalos. Não era isso que todos os ômegas aprendiam, antes mesmo de saberem falar?

Theodore nem ao menos sabia sua descendência, isso, por si só, já mostrava a total falta de vínculo romântico que seu irmão poderia supor.

— Eu fui pegar apenas uma bebida.

Começou, e meio segundo depois, Liam precisou se atirar pro lado, caindo no chão, para escapar do irmão, quando o loiro se jogou para cima dele, tentando o estapear. O mais novo estava tão acostumado a sair no tapa com o irmão, que apenas se arrastou para o lado, os olhos arregalados.

Talvez, apenas talvez, fizesse certo tempo desde a última vez. Era de se admirar sua capacidade de escapar das garras tão bem treinadas de Isaac.

— Pegar uma bebida na boca do marquês Raeken-Hale? — Isaac gritou, sendo segurado pelo marido para não voar no irmão.

O Lahey-McCall sempre foi certinho, demorou semanas até aceitar o cortejo do conde McCall, mesmo sabendo que se tornaria um marquês no final. Sempre prezou a honra da família e Deus o livre se alguém ousasse duvidar de sua pureza. Não, os ômegas Lahey eram decentes. E ver seu irmão quase colocando fogo em tudo que ele havia conquistado, era demais para ele.

— Eu nem beijei ele! — Liam se defendeu, orando para os empregados do marquês Derek não escutasse a algazarra do quarto — Ele me aprisionou a esse compromisso, ele me arrastou para aquela biblioteca, somente ele.

Scott o encarou em dúvida.

— Oh, claro! Porque você é um anjo. Pobre coitado do Liam Eugene Dunbar Lahey. — Isaac soou sarcástico, ganhando um olhar sentido do irmão — Nossa mãe pode cair nessa sua conversinha, Liam. Mas eu não.

Scott encarou o cunhado, como se pedisse para ele contar a verdade. Porém, ele já estava contando. Só precisava que eles acreditassem, mesmo parecendo um absurdo. A verdade é que o marquês o tinha envolvido em um relacionamento e arriscado sua moral de ômega solteiro sozinho. Ele não teve uma participação ativa em toda a situação. Ele era tão inocente quanto qualquer um naquela situação.

— Eu não fiz nada! — o mais novo exclama começando a se irritar — Estava do lado de fora, conversando com lady Talbot. — olhou para baixo, não tinha citado esse momento antes — Retornei logo em seguida para a festa, a mesa das bebidas e fui posto no compromisso. O marquês apontou o dedo na minha direção e disse que eu era o seu noivo. Eu nunca sequer tinha cogitado  falar com ele.

O Cortejo Do Marquês Raeken-Hale│𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶Onde histórias criam vida. Descubra agora