𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖖𝖚𝖎𝖓𝖟𝖊

443 63 125
                                    

Theodore respirou fundo antes de invadir o quarto, vendo o conde bufar, parecendo estar esperando sua chegada, desde que chegou pela tarde. Já havia se passado algumas horas, agora quase todas os convidados estavam se preparando para uma apresentação do circuito contratado pela família do ômega.

— Marquês Hale! — Gabe sorriu para o de olhos verdes — Gostaria de declarar certa surpresa com sua presença no quarto que foi disponibilizado para a minha pessoa, mas isso sairia da minha índole de sempre querer ser sincero quanto aos meus sentimentos. 

— Estava óbvio que eu viria. — o marquês confirmou, cruzando os braços, evidenciando seus músculos salientes depois da recente atividade das últimas semanas ao ajudar com os preparativos para o casamento, mais a preparação para o inverno na vila.

— Acredito que se tornou bem claro após o marquês ter deixado palavras de esperanças para um cortejo que nunca deveria ter existido com meu noivo na nossa chegada.

— É engraçado o senhor comentar isso, conde. Porque claramente compartilhamos dessa opinião em comum, apesar de mesmo assim parecerem divergentes, que o seu cortejo não deveria ter acontecido, muito menos esse pedido de casamento.

— Acredito que esse deve ser o motivo de terem me colocado na ala oposta de meu noivo também, estou certo?

— Não chame o meu ômega de seu.

Theodore vociferou entre dentes, vendo o Argent soltou uma risada nasal, meio debochada. Só o marquês sabia a vontade de socar a cara do conde nesse momento, o fazer entender que aquele ômega lindo já tinha dono, sempre teve um dono.

— Não estou sendo carismático, conde. Desfaça esse noivado.

— Não irei fazer isso.

— Irá se arrepender disso.

— Não sou eu que estou exalando arrependimento aqui, marquês. Afinal, quem irá casar com o sir Dunbar-Lahey, até onde sei, é a minha pessoa não?

Theo engoliu em seco, buscando uma paciência que nem sabia da existência no fundo de sua alma, antes de dar sua cartada final:

— Espero que aguente a humilhação quando ele se tornar o duque Raeken.

Gabe inflou as narinas, vendo um sorriso debochado preencher o rosto de Theodore ao terminar. O conde não pensou muito, apertando a mão em punho, antes de socar a cara do marquês, fazendo o alfa virar o rosto e dar um passo para trás em surpresa. Theo virou-se com os os olhos arregalados, os lábios entreabertos, tendo o supercilio cortado pela força aplicada pelo conde.

— Meu noivo será o próximo conde Argent, marquês.

— Vamos ver.

Theodore sorriu para o conde, engolindo a vontade de revidar a hostilidade do conde, apenas para sair de dentro do quarto. Era o casamento de Alexander, não iria participar de qualquer coisa que pudesse acabar com a felicidade de seu caçula. Não naquele momento. Além do mais, agora teria um machucado para ser curado e, mesmo com qualquer mudança de seu ômega nos últimos meses, ele ainda o ajudaria. Ele conhecia aquela mente carinhosa e altruísta.

Na ala oposta, Isaac e Scott estavam arrumando suas bagagens no canto do quarto, quando o loiro caiu em cima da cama, respirando com dificuldade e querendo se manter quietinho por alguns segundos. Ele sabia o que aquela canseira costumava significar muito bem, porém, depois de todos os acontecimentos provocados por seu sogro tirados debaixo do tapete, a ideia de carregar um filhote parecia tão deprimente em sua cabeça. Metade dos empregados dos marqueses de Blaser havia sido demitidos, desde os mais fiéis ao antigo marquês, até aqueles que tinham um envolvimento conspiratório contra Isaac. A verdade é que o Lahey-McCall estava tão esgotado com tudo, que a ideia de ter um filhote não o deixava mais eufórico.

O Cortejo Do Marquês Raeken-Hale│𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶Onde histórias criam vida. Descubra agora