𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖛𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝖈𝖎𝖓𝖈𝖔

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Liam estava encantado. Simples e puro. E o duque o observava receber saudações e felicitações pelo casamento, conforme davam pequenos passos pela vila. E ele não podia negar o quanto estava adorando o tom avermelhado que se mantinha na face do seu ômega toda vez que alguém comentava o quão bonito o marido do duque era.

Nenhum dos dois exibia uma marca como a de Alexander e Nolan, todavia não se era difícil perceber que compartilhavam de uma coisa tão grandiosa quanto os dois. E então a coisa toda tomou um rumo inesperado.

Em toda sua vida, Theodore não se sentia exatamente uma pessoa territorialista, ele cuidava de Alec como um bom irmão desde a morte de seu pai e da decisão de sua mãe de não frequentar mais os bailes, mas nada além disso. E então havia Liam, um Liam cercado por alfinhas engraçados que o faziam rir e isso parecia terrivelmente errado, porque os pestinhas tinham uma idade muito próxima a de seu ômega, enquanto ele ainda tinha dez anos de sobra os separando.

— Se bufar mais uma vez, irá parecer um touro não um lobo. — Cora sibilou ao seu lado, circulando seu corpo com sua imagem antes de entrelaçar seus braços.

— Por que eles precisam tocar nele? — questionou, vendo o modo como o seu pequeno sorriu assim que uma criança puxou levemente o tecido de sua calça, o fazendo se abaixar para conversarem. Theo reparou nos olhos descarados das pestes baixando pelas costas de seu ômega, principalmente porque o tecido se ajustou de forma tentadora no quadril do marido.

Um rosnado alto saiu por sua garganta, chamando a atenção do ômega e fazendo os adolescentes inclinarem a cabeça na direção do duque antes de sumir de suas vistas. Cora gargalhou, apertando seu braço e vendo Liam se aproximar com a testa franzida. As vezes, até mesmo a alfa Hale tinha vontade de apertar as bochechas coradas do marido de seu primo.

— O que foi?

Theo respirou fundo, puxando o cheiro do ômega camuflado por baixo dos alfinha de meia tigela, antes de puxá-lo para perto. Liam aceitou o carinho, por mais confuso que se encontrava. Nessas últimas horas, havia compreendido que o marido parecia ter uma dependência enorme quanto a seu cheiro. Sua presença.

— Eles estavam colocando o cheiro deles em você.

— Eles colocaram seu cheiro em mim?

Existia certo tremor na voz de Liam, porque quando um alfa coloca seu cheiro sobre um ômega, quando um ômega casado deixa um alfa marcar seu cheiro em si, é como uma traição. E, pelos lobos, ele nem ao menos estava atento a isso. Ele nunca estava atento a seu cheiro.

— Colocaram. — Theo rosnou novamente, sentindo seu lobo desejar em desespero poder marcar Liam — Aquelas pestes, eu quero matar todos eles.

— Eu não sabia...

— Eu sei que não sabia, amor.

Um ronronar saiu dos lábios do ômega com o modo que foi chamado. E, pela segunda vez em menos de vinte e quatro horas, os dois faziam alguém da família se sentir um intruso próximo a eles.

— Eu acho que vou procurar a minha ômega.

Cora afirmou, mesmo tendo dúvidas quanto ao fato de Theodore ter ouvido sua satisfação.

— É tão bom vê-lo se dando bem com todos.

— Por quê? — Liam tinha uma feição confusa com a confissão.

Theo sorriu, girando o corpo menor no meio de seus braços e o abraçando apertado, farejando o pescoço do ômega, as glândulas odoríferas para se acalmar de seu pequeno descontrole anterior.

— Essas pessoas... — a voz do alfa era um sussurro contra o ouvido do ômega — Todas elas, são nossa responsabilidade, amor. Sou o alfa deles, o duque do café, e mesmo você sendo a coisinha mais importante da minha vida, o ômega que roubou meu coração, não sei como poderia lidar caso não te aceitassem.

O Cortejo Do Marquês Raeken-Hale│𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶Onde histórias criam vida. Descubra agora