Capítulo 3

437 42 45
                                    

Najwa POV'S

Maggie estava em silêncio, sabe aquele silêncio que incomoda? Então, era esse no qual estava presenciando, suspirei pesadamente fazendo com que a loira me olhasse.

_Desculpa te encontrar assim, dessa forma. Falou enquanto ajeitava seus fios loiros por trás da orelha.

Assenti a olhando rapidamente e voltando minha atenção a estrada.

_Eu só queria entender o porquê. Retruquei, ainda olhando para a frente.

Maggie ficou em silêncio novamente mas dessa vez logo se pronunciou.

_Porque? Falou fazendo com que eu soltasse um riso debochado.

_Sim, o porque de vir atrás de mim logo agora. Enfim respondi.

Vi a mesma se ajeitar no banco e ficar em silêncio novamente, um silêncio que durou um minuto, porém que me pareceram horas.

_Eu nunca parei de pen... Ela iria continuar sua frase quando a cortei.

_Mentirosa! Não ouse terminar essa frase. "Eu" posso dizer que nunca parei de pensar em você. Respirei fundo parando no sinal vermelho._ Você foi cruel, Maggie... Cruel da sua parte me trocar por causa de macho... Ela me cortou.

_Naj... Eu... Dessa vez eu a cortei novamente, tudo que eu não disse a ela nesse tempo todo, eu estava afim de dizer agora e ela ia ouvir, ela pensa que é fácil assim? Sumir da minha vida e voltar assim do nada?

_Não ouse me interromper novamente, eu vou falar e você vai ouvir, entendeu? A vi assentir e prossegui o caminho quando o sinal ficou verde. _Você me ignorou durante um ano, um ano Maggie. Nunca se perguntou como eu estava? Porque eu me questionava todo santo dia, todo santo dia eu pensava em você, pensava naquele dia. Porra, Loira, não foi fácil para mim. Eu deixei Alejandro por sua causa, depois do que aconteceu aquele dia. Falei dando abertura para que ela se explicasse.

_Sinto muito por ter feito você passar por isso mas acredite em mim. Pensei em você, pensei em você a todo instante, lembrei daquele dia, lembrei das nossas noites quando eu ia para sua casa beber vinho e jogar conversa fora. Sempre quis saber de você, sempre quis te ligar. Diversas vezes peguei meu celular e disquei seu número, mas desliguei antes de chamar... Ela falava e eu prestava atenção_ Desligava pelo simples fato de ter reconhecido meu erro e me sentir totalmente envergonhada. Foi escuro para mim esse tempo sem você.

A cada palavra pronunciada eu sorria indignada com sua audácia, isso não era justificativa. Nunca foi justificativa.

_A única coisa que me importa agora é que eu estou conseguindo ficar bem. Falei._ De nada adianta suas palavras, aprendi a sobreviver sem você. Minha saúde mental agradece sua compreensão. Ironizei vendo a mesma ainda me olhar.

_Eu sinto muito, realmente sinto muito por ter te feito passar por tudo isso. Eu sei que a culpa é minha, foi eu quem acabou ultrapassando a barreira, se eu não tivesse te beijado, não teriamos... A cortei novamente a amaldiçoando mentalmente fazendo com que eu me lembrasse.

_Para! Não fala mais nada sobre isso. A culpa foi sua sim, mas você não tem o direito de falar. Eu tenho, você não! Depois daquele dia você me deixou em um empasse, eu nunca havia ficado com outra mulher e aquele dia foi muito mais que um beijo. Mexeu comigo de uma tal forma que eu terminei com Alejandro, porque eu comecei a desejar você, Maggie. E o que você fez? Escolheu Remy. E além do mais, foi trouxa o suficiente para contar a ele o que havíamos feito fazendo com que aquele idiota mandasse você se afastar. E você fez o que? Se afastou. Mentiu para mim e se afastou. Primeiro me ilude e depois age como se eu não fosse nada para você.

Falei, eu queria realmente dizer isso a ela mesmo que dessa vez eu a afaste, eu estava apaixonada por ela e depois daquele dia Maggie me dizia que eu era o melhor pra ela, que éramos o melhor uma para a outra e sempre dávamos qualquer desculpa para que pudéssemos nos ver porque só assim eu poderia sentir seu cheiro novamente ou tocar sua pele.

Maggie tocou minha mão que estava sobre minha coxa, eu não precisava mudar a marcha no câmbio por conta de ser automático. Retirei minha mão após sentir seu contato, seus efeitos ainda existiam em mim e eu queria evitar sentir qualquer coisa por ela.

O tempo ainda estava fechado e a chuva havia diminuído fazendo com que víssemos apenas algumas gotas caindo no vidro. O parabrisa indo de um lado para o outro fazia em me concentrar para não demonstrar quaisquer sentimentos. Nós fazemos besteira quando estamos irritados ou quando estamos apaixonados. Novamente ela tentou contato comigo, tocando meu braço e mais uma vez recuei.

_Por favor... Não me toque. Pedi, aquilo era demais para mim e eu queria evitar, já era bastante torturante estar com ela dentro do carro com os vidros fechados onde o único cheiro que sentia era do seu perfume e acreditem, era o mesmo de tempos atrás um tanto agridoce.

_Najwa, eu só queria te pedir desculpas, eu sei que te machuquei o suficiente e que desculpas não são o bastante. Mas gostaria que me perdoasse, só me perdoar sabe? Eu me afasto novamente, mas quero o seu perdão. Ela queria o meu perdão, e naquele momento eu não estava disposta a dar, nesse momento eu estou disposta a ouvir e falar, mas dar seu perdão ainda não era possível.

_Desculpe mas perdoar agora é demais para mim, talvez um dia eu a perdoe, não hoje. A Loira corou as bochechas, talvez envergonhada.

_Então eu acho que você pode parar aqui. Ela falou retirando o cinto de segurança.

_Não íamos conversar na minha casa? Questionei.

_Acho que vai ser o melhor para gente terminar a conversa aqui. Desculpa ter aparecido hoje. Você realmente está bem melhor e acho que só atrapalhei te procurando.

Uma parte de mim queria que ela realmente fosse para minha casa porém outra parte de mim dizia que talvez fosse melhor ela ir embora.

_Só me diga uma coisa antes de ir. Falei estacionando o carro.

_Diga.

_Você só me procurou porquê, afinal? Destravei as portas esperando uma resposta vindo da mais nova.

_Porque eu percebi que você é a única pessoa que realmente me ama. Ela falou.

_Então é só isso? Descobriu que eu te amo? Ri sarcástica _Deveria rever então, porque a única pessoa que amo além de mim mesma é o meu filho.

Maggie me olhou nos olhos e pude ver as lágrimas caindo, ela fungou e passou as costas das mãos no rosto. Abriu a porta do carro e saiu em direção a uma praça que ali havia.

Travei as portas novamente e soquei o volante, eu a amava mas não podia entregar isso de bandeja após tudo que ela havia me feito. Maggie era como um furacão e por onde passava vinha devastando tudo. Só que dessa vez alcançar o olho desse furacão estava sendo difícil, por enquanto só vejo a destruição. Eu queria poder perdoar ela por tudo, mas eu ainda estava ocupada demais colando os estilhaços do meu coração.

Olhei mais uma vez na janela e já não conseguia enxergar mais seu corpo magro em meio a multidão. Enxuguei uma lágrima teimosa que insistiu em cair e liguei o carro novamente.

Doce Lembrança Onde histórias criam vida. Descubra agora