Capítulo 8

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Resolvi escrever mais um. AVISO GATILHO DE ESTUPRO.

Maggie POV'S

Após sair da casa de Najwa resolvi voltar para o meu apartamento. Eu não estava em um bom dia e eu não queria que meu baixo astral a consumisse.

Naquela noite eu havia acordado sem ar após ter tido um pesadelo no qual me parecia bem real. Quando eu a  havia dito que muita coisa aconteceu nesse tempo estava me referindo as agressões que eu sofria de Remy nas vezes que eu tentava entrar em contato com a ruiva.

No último mês ele havia piorado ameaçando ir publicamente e contar a todos o que havíamos tido se eu ousasse tentar procurá-la. Nesse dia ele apertou tanto meu pescoço que eu achei que iria morrer. Nem sempre sofremos agressões porque queremos e na grande maioria não denunciamos por medo e desde então tenho pesadelos com isso. Não contei a Najwa pelo simples fato dela não saber o que estava acontecendo.

Ontem quando liguei para ela de madrugada bem antes de encontrá-la, Remy acabou me pegando e garanto que a pior sensação do mundo é quando somos usados.

A imagem dele dizendo que eu deveria esquece-la e que ele iria me mostrar o que era bom de verdade se repetia na minha mente e a única hora que consegui não pensar nisso foi quando a encontrei mas quando adormeci não pude evitar sonhar.

Depois de me agredir e ele ir embora, liguei incansavelmente para ela mas a mesma não atendeu e foi por isso que a procurei pessoalmente, eu precisava vê-la, precisava ouvir sua voz até porque era o meu som preferido.

Tomei um banho demorado e após sair dele fui até a cozinha procurar algo para comer. Eu estava faminta e com sono, não havia dormido direito. Encontrei um macarrão instantâneo na despensa e resolvi comer ele mesmo porque era rápido de se fazer e eu queria dormir um pouco e foi isso que eu fiz.

Acordei assustada com minha calça sendo retirada, não conseguia me mover porque logo sua mão segurou meu braço. Eu estava me debatendo para tentar sair dali  o que foi em vão quando senti um soco atingir meu queixo fazendo com que eu apagasse. Recuperei a consciência um tempo depois e quando minha ficha caiu e eu me toquei no que realmente havia acabado de acontecer comecei a chorar, mas era aquele choro onde você não sente nada, não fazia barulho e apenas as lágrimas insistiam em cair.

Remy estava abotoando seu cinto, quando eu apenas sem reação puxei o lençol sobre meu corpo e fiquei imóvel em cima da cama sentindo seu olhar pairar sobre mim.

_Isso é para você aprender. Falou se aproximando de mim tocando meu rosto._Eu não sou idiota, eu rastreei seu celular e a próxima vez que eu souber que você a encontrou, você está ferrada.

Eu não conseguia proferir uma palavra sequer, estava assustada e ainda assimilando tudo ao meu redor.

_Está me entendendo? Ele gritou.

Apenas assenti com a cabeça vendo o mesmo sair dali. Eu não tinha palavras nem para gritar e eu me odiava tanto por não ter escutado a ruiva antes, se arrependimento matasse eu estava morta.

Eu estava enrraivecida me levantei cambaleando da cama e fui até o banheiro após pegar meu celular que estava dentro de minha bolsa aproveitando que Remy havia ido até a cozinha, eu achava que ele realmente havia ido embora ontem e que tudo isso tinha passado de vez.

O medo me consumia, eu queria ligar para alguém, eu queria ligar para a polícia mas é tão difícil a justiça nesse país. Najwa eu nem poderia cogitar pensar, não queria colocá-la em risco.

Entrei embaixo do chuveiro deixando a água cair sobre meu corpo, eu queria me sentir limpa de tudo aquilo.
Fiquei aproximadamente umas duas horas de baixo do chuveiro tentando de uma forma inconsciente tirar qualquer vestígio do que havia acontecido momentos antes.

Estava tudo em silêncio, talvez ele devesse ter saído ou apenas estava na sala vendo algo qualquer na televisão, fazendo com que eu não quisesse sair do banheiro.

Peguei meu celular com as mãos ainda molhadas e digitei um número esperando que alguém atendesse.

_Emergência! A atendente proferiu fazendo com que eu criasse coragem.

_Meu ex namorado me agrediu e invadiu meu apartamento... Desatei a falar baixo e rapidamente.

_Senhora, por favor fale devagar. Nome e endereço por gentileza e me fale sua denúncia. Ela falou Pacientemente.

_Maggie Civantos... Proferi e ouvi a mesma responder.

_Isso é um trote? A atendente respondeu, talvez porque eu era uma pessoa publicamente conhecida.

Eu já estava agoniada com medo dele ouvir eu chamando a polícia, então comecei a chorar.

_Moça, eu só quero que venham até aqui, meu ex namorado me agrediu, invadiu meu apartamento e me estuprou. Falei de uma vez para que ela entendesse.

_Onde ele está? Ela perguntou me dando atenção.

_Está na cozinha, não sei. Eu me tranquei no banheiro. Por favor, venha logo estou com medo dele. Me encostei na parede do banheiro deixando minhas costas deslizar pela cerâmica fazendo com que eu me sentasse no chão com o chuveiro ainda aberto. _Por favor...

_Estou rastreando sua ligação em 5 ou 8 minutos no máximo uma viatura chegará aí, seu apartamento é qual? Senti um alívio ao ouvir aquelas palavras.

_Apartamento 308, bloco B. Muito obrigada. Agradeci.

_É só aguardar, só saia daí de dentro quando um dos policiais baterem na porta informando que estão aí. Avisei eles que está no banheiro. Agradeci e desliguei a ligação.

Permaneci ali por mais alguns segundos, até me secar e colocar novas roupas. Meu rosto estava marcado por causa do soco que havia levado. Tempos depois ouvi um movimento dentro da casa e uma policial bater na porta.

_Senhora? É a polícia, pode sair. Ouvi dizer, abri a porta e a única coisa que consegui fazer foi chorar aliviada ao ver que ele estava sendo algemado.

_Muito obrigada. Agradeci a policial feminina.

Ela me informou que eu deveria fazer corpo de delito e prestar queixa para que ele ficasse preso. Ele não poderia chegar perto de mim mais e foi isso que eu fiz.

Peguei meus documentos e fui até o estacionamento, essa era a hora de tentar não ser reconhecida e rezar para não cair na mídia. Até porque eles deveriam manter sigilo.

Peguei meu celular novamente e disquei o numero que eu tanto havia ligado na noite anterior.

_Loira? Suspirei ao ouvir sua voz porém fiquei em silêncio. _Maggie, tudo bem?

Só então voltei a realidade, comecei a querer chorar novamente mas dessa vez tentei segurar.

_Remy veio aqui. Por fim falei.

_Aconteceu alguma coisa? Está chorando? Najwa me perguntou desenfreada do outro lado da linha em tom de preocupação.

_Ele me bateu, liguei para a polícia porque ele me ameaçou. Rastreou meu celular e viu que te encontrei... Ela me cortou.

_Onde você está? Perguntou e ouvi um barulho do outro lado da linha como quando colocamos o celular no viva-voz e se ouve o eco.

_Estou indo pegar meu carro, tenho que passar com o médico antes a pedido da polícia. Ouvi novamente um  barulho e era de porta fechando do outro lado da linha.

_Fique onde está, estou indo te buscar. Ouvi a mesma falar e assenti.

Pelo menos agora sim eu estava segura e com alguém que eu teria certeza que não me machucaria.

_Tudo bem, obrigada Naj... Agradeci.

Ahh gente esse capítulo foi tenso escrever e espero que gostem, desculpem.

 


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