Maggie POV'S
Após descer do carro de Najwa caminhei em sentido a uma praça, não imaginei que a reação dela seria essa porém entendo ela completamente e não tiro a sua razão. Eu fiz errado em tê-la afastado e é algo que sempre irei me culpar.
Continuei andando com as mãos dentro dos bolsos da blusa, a chuva vinha e parava. As pessoas a minha volta pareciam estar apressadas para chegarem aonde quer que fossem.
Sabe quando você realmente se sente impotente e percebe que cometeu um erro que provavelmente será impossível concertar? Eu me sentia assim, me sentia como se nunca mais pudéssemos ser como éramos antes. Sentia como se dessa vez realmente tivesse a perdido.
Najwa sempre teve o gênio forte era quase impossível deixar algo a abater, ela sempre se mostrou muito independente e lutou bastante por tudo que têm sem ter ajuda de alguém. E justamente por esse motivo eu sabia que ela era uma pessoa difícil de perdoar ou voltar atrás com suas decisões.
Fiquei por ali alguns minutos, não gostava muito de ficar em multidões ainda mais por ser reconhecida. Algo em mim pulsava e dizia para que eu a procurasse novamente por mais que eu tivesse medo de ser ignorada pela ruiva. Mas se ela realmente sente o que dizia sentir eu deveria correr atrás e engolir meu medo, principalmente de ter feito a escolha errada e talvez estar a beira de perder tudo. Eu não poderia perdê-la, não novamente.
Peguei meu celular chamando algum motorista de aplicativo, digitei o endereço que era muito conhecido por mim, pelo menos há um tempo atrás. Eu iria atrás dela, precisávamos disso, precisamos conversar de uma forma mais madura e eu preciso ouvir umas verdades por mais que me doa até porque são consequências de meus atos.
Confirmei o pedido do carro antes que meu medo fizesse eu voltar atrás o motorista estava próximo, alguns minutos e estaria ali. Respirei fundo fazendo com que meus pulmões se enchessem totalmente de ar fazendo com que eu me sentisse aliviada por tomar tal decisão.
O não eu já tinha e o sim seria vitória então não me custava nada tentar novamente.
O amor nos engana e as vezes ele sempre está ao nosso lado e não enxergamos os detalhes e eu aprendi isso da pior maneira possível, perdendo-a. Eu tive que perder para enxergar e isso dói de uma forma inexplicável.
Sai de meus pensamentos quando vi o carro estacionar ao meu lado, me identifiquei e prosseguimos o caminho. Fiquei em silêncio o tempo todo, não estava afim de conversar e também eu preferia guardar minhas palavras para usá-las com a pessoa certa. Conhecia muito bem aquele caminho e o nervosismo percorria por todo meu corpo fazendo com que eu ficasse inquieta. Eu ainda não queria admitir o que eu realmente estava sentindo e assim como Najwa eu nunca havia ficado com outra mulher antes e se eu tomei a iniciativa de beija-la foi porque senti algo maior que eu.
Parece que aquele dia foi a primeira vez de nós duas e nunca saiu a lembrança de minha mente, sempre me pegava pensando naquele dia e o quão maravilhoso foi. Éramos duas inexperientes porém o ditado que diz "quando um não quer dois não brigam" servia também de antônimo e sabíamos muito bem disso, principalmente quando as duas querem. E foi dessa forma que fechamos aquela noite, nós duas queríamos aquele beijo, nós duas queríamos que fôssemos tocadas, nós duas queríamos sentir e saber como era e nós duas queríamos que tivesse se repetido se eu não tivesse feito merda.
Seu cheiro era mágico cítrico e eu nunca me esqueci, sempre fomos muito ligadas e sempre tínhamos aquele sexto sentido uma com a outra.
Então foi bastante doloroso para ambas ficar longe esse tempo todo, principalmente para ela que ficou sozinha e isolada depois disso tudo. E o mais inacreditável é que nunca fiquei bem comigo mesma após isso, porque como eu disse, éramos ligadas e era como se eu sentisse tudo o que ela sentia.
Senti meu coração acelerar quando percebi que estávamos chegando, minhas mãos começaram a suar fazendo com que eu entrelaça-se os dedos e mantivesse as duas juntas.
O carro estacionou em frente ao portão da casa e novamente me fui pega a lembranças, lembranças que doíam. Eu estava sem coragem de sair de dentro do veículo, fiquei quieta por aproximadamente dois minutos sem sair.
_O endereço está correto, senhorita? O motorista quebrou o silêncio ao perceber que eu não havia saído.
Suspirei pesadamente sorrindo de forma amigável.
_O endereço está correto, muito obrigada. Agradeci entregando a ele uma nota de 10 euros e finalmente sai.
O motorista manobrou fazendo seu caminho de volta me deixando ali sozinha. Eu, as árvores, e um enorme portão, Najwa gostava de se esconder e gostava de natureza, eu estava paralisada e sem reação alguma. Talvez eu ficasse ali minutos ou horas criando coragem para apertar o interfone.
A chuva havia começado a cair novamente e dessa vez estava forte. Quando eu finalmente tive coragem de apertar aquele botão o portão se abriu antes mesmo que eu o tocasse. Entrei para dentro da residência e pude notar que Najwa me aguardava na porta.
_Te vi pelas câmeras, queria ver quando iria apertar para que eu abrisse. Ela falou me estendendo uma toalha.
_Obrigada. Peguei agradecendo.
_Se eu não tivesse aberto? Ficaria lá debaixo da chuva? Ela perguntou ao mesmo tempo que fazia sinal para que eu entrasse.
_Estava criando coragem de apertar o interfone. Falei secando meus cabelos e vi ela dar um leve sorriso por causa de minha resposta.
_Você sendo você, vem! Tome um banho e troque essa roupa molhada, poderá adoecer. Ela falou me fazendo negar e a seguir até seu quarto por conta de seu autoritarismo.
_Não se preocupe, estou bem e logo vou embora. Falei a seguindo até seu seu closet.
_Suas roupas devem estar por aqui, guardei elas caso você as quisesse. Mas como sempre você não ligou nem para pegá-las. Najwa falou encontrando minha calça moletom que havia deixado lá a última vez que dormi com ela e uma camiseta.
_Não precisava guardar. Ela realmente esperou uma resposta minha esse tempo todo.
_Pegue, está frio e seu casaco está molhado. Me entregou uma blusa de frio sua. _Você sabe onde fica o banheiro, estou fazendo algo para jantar, quando terminar, desce!
Assenti e acatei o pedido da mesma, fui até o banheiro fechando a porta por trás de mim, me despi rapidamente e entrei embaixo do chuveiro. Saudades do dia que eu entrei nesse banheiro junto a ela, éramos nós duas partilhando o mesmo box, a mesma água e o mesmo sabonete. Eu era uma grande filha da puta de deixar o amor da minha vida escapar assim, dessa forma.
Só sei que novamente desejei senti-la e que fôssemos apenas uma da outra, nunca quis tanto isso. Porém dessa vez eu desejava tê-la para mim e que não fosse de forma escondida.
Eu precisava dela tanto quanto eu precisava do ar para respirar.
Hey galera obrigada por estarem lendo, agradeço os votos e comentário. Gostaria de saber como está indo a história, e o maior motivo de estar escrevendo ela é por causa da minha namorada que gosta da Najwa e não leu nenhuma fic com o shipper Najwa e Maggie.
Espero que todos estejam gostando e muito obrigada.
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Doce Lembrança
RomanceDizem que o amor só se sente uma vez na vida mas também dizem que há vários tipos de amores e várias formas de amar. Dizem que o amor não faz sofrer mas também dizem que o amor tudo acredita e tudo suporta. [...] Espero que gostem História criada c...