Capítulo 14

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Durante três longos meses Seher ia dormir com a lembrança do tiro que deu em Yaman e despertava pelo mesmo motivo. Ela já havia perdido a conta de quantas vezes tinha tido pesadelos com isso e acordava com o grito que ela mesmo dava em seu sonho.

Durante aquela época, ela achou que passaria o resto de seus dias despertando assim, perturbada por seus pesadelos, porém, a vida havia sorrido para ela novamente.

Depois de tantos momentos sufocantes, ela finalmente havia saído daquele pesadelo interminável e havia voltado para os braços de seu marido. E ali estava ela, sendo acordada por pequenos beijos em seu pescoço.

— Bom dia. — Yaman sussurrou em seu ouvido ao notar que ela havia aberto os olhos.

— Bom dia. — Ela respondeu com um sorriso no rosto enquanto se virava na cama para ficar de frente para ele. — Que horas são?

— Cedo. — Ele a puxou pela cintura para voltar a enfiar seu rosto no pescoço dela.

Nesse momento, Seher pôde olhar por cima do ombro dele e notar o horário no relógio em cima do móvel de cabeceira.

— Estamos atrasados! — Ela se afastou dele. — Prometemos levar Yusuf na escola.

— Não podemos levar outro dia? — ele a puxou de volta.

Seher quase se deixou levar pelos beijos que ele voltou a espalhar pelo pescoço dela, mas se manteve firme. Por isso, cerca de 20 minutos depois, os dois desceram as escadas rumo a mesa do café da manhã.

Yusuf parecia ter uma conversa animada com Ella, enquanto Burak e Ziya escondiam a risada atrás de um pão e um copo de suco respectivamente.

— Tia, sabia que a Ella e o Burak vão para a lua de mel depois do casamento? — a criança perguntou assim que seus tios sentaram na mesa.

— É mesmo, querido? — Seher falou distraidamente enquanto pegava a geleia de morango.

— Sim, ela disse que é uma viagem de adultos. — ele falou desviando o olhar para o seu tio. — Vocês também foram para a lua de mel, né?

Yaman lançou um olhar rápido para Ssher e concordou apreensivamente. A lua de mel deles não era um assunto que gostavam de lembrar, afinal, após aquela viagem eles viveram um verdadeiro inferno.

— Vocês podem me dizer o que são coisas de adultos? — ele perguntou inocentemente. — Ella abla disse que fazem coisas de adultos, mas não quis me dizer o que é.

Ele parecia chateado por não ter obtido a informação desejada de Ella, que olhava para ele com um misto de humor e apreensão.

— É... Quando duas pessoas se casam... bem... — Seher olhou para Yaman com o rosto em chamas. Não fazia ideia do que responder.

Percebendo a falta de palavras de sua esposa, Yaman olhou para Yusuf e respondeu.

— Quando você crescer, vai entender. Até lá, não precisa se preocupar com isso. — ele encerrou o assunto.

— Mas tio... — Yusuf tentou argumentar.

— Querido! — Seher chamou sua atenção. — Hoje você vai experimentar o terno que vai usar no casamento. Está animado?

Yusuf olhou de Yaman para Seher e pareceu esquecer o assunto anterior imediatamente.

— Sim! — ele falou animado. — Podemos tirar uma foto? Quero mostrar para Oyku na segunda feira. Quero parecer um homem de negócio igual o meu tio.

— Oyku? — Seher perguntou curiosa. Ele nunca havia mencionado aquele nome antes.

— É a minha amiga que estuda comigo. Ela é muito bonita e se veste como uma princesa. — ele falou enquanto mexia com o queijo em seu prato.

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