Blank SpaceMaitake
"Então, vai ser para sempre
Ou vai acabar em chamas?
Você pode me dizer quando terminar
Se os momentos bons superaram a dor"
Em um mundo onde todos nasciam com uma marca de alma gêmea, Mikey havia sido o único caso catalogado em todas as centenas de anos pertencentes a história da humanidade que não havia adquirido uma.
A marca linearmente desenhada que aparecia em sua pele em algum momento de sua infância entre quatro a oito anos, era simplesmente a frase mais especial que sua alma gêmea dirá para você em algum momento de sua vida, independente de ser a primeira, ou até mesmo a última frase, que você acabará ouvindo dela.
Era apenas... Algo, uma frase que as vezes podia ser até mesmo um pouco boba, como era o caso de Baji, um dos melhores amigos de Mikey que tinha em seu pulso a frase "Eu vou comprar um yakisoba peyoung para você", mas que para ele significava o mundo em termos sentimentais.
Talvez tivesse algo haver com o quanto o garoto gostava daquele yakisoba, mas Mikey sabia que o carinho nos olhos de Baji sempre que olhava para aquela marca não era simplesmente por algo tão fútil quanto uma preferência alimentar que poderia mudar em qualquer momento no futuro.
Todos a seu redor tinham, até mesmo Shinichiro que havia levado já 20 foras de várias garotas diferentes tinha uma marca de alma gêmea em seu pulso.
Todos menos Mikey. Mikey que tinha seu pulso branquinho e limpo com apenas sua pele lisa e leitosa a vista, sem nenhuma marcação ou palavra pintada.
A primeira fase que ele passou sobre aquilo foi a felicidade de poder controlar seu próprio destino, a segunda foi a raiva de não ter sido considerado digno para ter uma, a terceira foi a inveja daqueles que tinham alguém que os entenderiam tão bem que era literalmente metade de sua alma. E então havia a quarta e última fase, que era a que ele vivia agora, a aceitação de que ele não podia mudar aquilo: ele não tinha uma alma gêmea e pronto.
Quando fez 14 anos foi que as coisas ficaram realmente ruins, os sonhos haviam começado.
Era sempre o mesmo garoto. Cabelo loiro chamativo que era claramente pintado, um topete melecado até o humanamente impossível com gel de cabelo barato, olhos azuis tão brilhantes que pareciam ter roubado todas as estrelas do céu, pele um pouco pálida demais para ser saudável.
E é claro, lágrimas infinitas que pareciam não descansar por um único segundo.
O garoto estava feliz, Mikey podia dizer, ele sempre olhava para si com um sorriso gigante na cara enquanto gordas gotículas de lágrimas cristalinas caíam emoldurando suas bochechas coradas pelo esforço.
Mas ao mesmo tempo, havia algo errado ali. O garoto tinha olhos tão profundos e tristes que pareciam ter passado por tantas coisas horríveis, que ele acabou tendo que focar sua atenção e felicidade a um único mínimo de coisas boas se não quisesse enlouquecer para sempre.
Também havia o fato de que o garoto não falava consigo.
Era um pouco assustador no começo, todo o silêncio enquanto o garoto ficava o olhando de longe com os olhos tristes e um sorriso no rosto. Certamente também não ajudava que ele parecesse impossível de alcançar, não importasse quanto Mikey andasse atrás dele, corresse até ele, o garoto sempre estaria longe.
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Black Note
FanfictionApenas One Shots de universos alternativos diferentes envolvendo os personagens e o universo de Tokyo Revengers, porque o mangá é triste demais e eu quero meus bebês felizes. Ou: Histórias curtas feitas originalmente para o Twitter com os personagen...