Oliver deixou que Sol comesse a casquinha do sorvete, sentou no banco e olhava para os lados. Como se esperasse algo ou alguém, encarava todos como se quisesse falar algo.
- Fala logo, cara!- Daniel pressionava.
- O que você...- Sol interrogou na hora, desconfiando de algo.
- OK, OK! Eu estou nervoso, mas vou ser direto: Sol, vamos namorar.- Levantou e olhava para os lados, não queria olhar nos olhos de Sol, não estava seguro.
- Ah... Ah... E-eu sabia que isso aconteceria um dia, aceito totalmente!- Olhou nos seus olhos e logo deu um beijo.
Júlia batia palmas enquanto via que nenhum dos dois queriam parar. Aquela sensação boa que Sol tinha era inexplicável, tinha sido melhor que da primeira vez. O relógio apontava para as nove da noite, era hora de ir embora, disse tchau para o grupo e apenas foi embora.
Chegou em casa, Augusto continuava cochilando no sofá, subiu as escadas sutilmente, como já havia feito. Rosa lia alguns livros em seu quarto.
- Mãe, você tá acordada?
- Queria que me contasse como foi!
- Ele me pediu em namoro... e eu aceitei!
- Sério? Eu estou feliz por você.
Sol estava com muito sono, apenas deu um sorriso para a mãe e caiu na cama. Começou a sonhar com Oliver, era estranho pensar que estava apaixonado. Nem Lucas, o garoto mais popular da turma, gostava de namorar. Ainda parecia sentir o cheiro do perfume que ele estava usando no encontro, tentava esquecer dele, mas era impossível.
Aquele provavelmente o sonho mais real e longo, não queria que tivesse acabado. Era prazeroso pensar nele e naquele beijo. Acordou com o celular vibrando em baixo do travesseiro, mais uma vez.
- "Ei! Bom dia! <3 "- O mais novo namorado mandou mensagem.
- "Bom dia! Já está começando a ser mais fofo comigo, né?"
- "Óbvio, meu lindo namoradinho dos cabelos amarelos!"
- "Ah, qual é meu apelido?"
- "Poderia ser solzinho, cabelinho amarelo..."
- "O SEU SERÁ OLI! :)"
Dava um sorriso a cada mensagem que recebia, como se Oliver realmente pudesse ver suas expressões por trás da tela do celular. Definitivamente queria estar com ele naquele momento.
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O terceiro lado da história [Não binário]
Подростковая литератураSol não possui lembrança alguma de seu pai, Augusto, que abandonou a família quando tinha apenas 3 anos. Possuindo dificuldades típicas da adolescência, tenta aceitar sua identidade não binária enquanto sente a transfobia em seu cotidiano. Sua mãe...