Quando acordou, Sol desceu as escadas e viu a mãe sentada na mesa da sala, como se estivesse esperando por ele.
- Finalmente acordou, né?
- Já sei, você quer falar sobre o beijo de ontem...
- Isso mesmo, por favor, filho, toma cuidado. Não se apega fácil ao Oliver, vocês nem se conhecem direito.
- Tudo bem, mãe, eu vou tomar um café da manhã e me trocar.
Rosa acenou a cabeça e logo preparou o achocolatado que o filho tanto gostava, que logo foi separar os livros das matérias que teria naquele dia. Ao chegar na escola, Júlia foi correndo em direção a Sol.
- Oi, cara! E como foi ontem à...- Tentou perguntar, mas percebeu a presença de Oliver, que chegava na escola logo depois.
- Opa, Solzinho! O que achou de ontem?
- Eu adorei a sensação do seu beijo.
Daniel, que parecia adormecido enquanto lia o livro de história, logo se assustou e começou a encarar os três.
- Ué, rolou beijo?
- Ah, sim. Minha mãe viu, foi um pouco vergonhoso.
- Vocês já são namorados, né?- Júlia irritava o amigo.
- Não, foi só um beijo.
- Isso daí é desculpa, no começo é só beijo, depois é namoro, casamento e filhinhos pra cuidar.- Ela continuou insistindo.
Sol deu uma piscadinha para Oliver, ainda parecia sentir o gostinho dos lábios dele. Talvez fosse especial por ter sido seu primeiro beijo, os próximos poderiam ser melhores. Sua cabeça estava uma bagunça, o que ele sentia pelo garoto?
- Vamos ir para a sala, o sinal vai tocar.- Daniel puxava o braço de Júlia, percebendo o clima que rolava por ali.
- Olha, eu sei que o Sol parece feliz pela sensação de beijar, mas tenho medo dele se machucar.- A amiga comentou.
- Podemos não conhecer o Oliver direito, mas acho melhor acompanharmos esse namorinho desses dois.
- Pois é, as coisas estão acontecendo muito rápido, tudo pode mudar de repente.
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O terceiro lado da história [Não binário]
Ficção AdolescenteSol não possui lembrança alguma de seu pai, Augusto, que abandonou a família quando tinha apenas 3 anos. Possuindo dificuldades típicas da adolescência, tenta aceitar sua identidade não binária enquanto sente a transfobia em seu cotidiano. Sua mãe...