Entender os sentimentos é algo complicado, creio que isso se encaixa para todas as pessoas, de todas as faixas etárias, mas nós aprendemos a interpreta-los e e depois de um certo tempo, é fácil de entender. Mas para um autista como Sam, era muito mais difícil, ele era bondoso, mas não podia sentir empatia, por sua vida ter sido complicada, a solidão era a sua única amiga, quando ele sofria bullying, costumava se trancar em seu quarto, tapar os ouvidos e sofrer sozinho, de pouco em pouco ele conseguia interpreta os sentimentos que a vida poderia lhe proporcionar, mas até então ele só conhecia o respeito pelos seus pais, o amor pelo seu irmão, o medo, a dor e agora conhecia a admiração por Sarah, nela ele via bondade, doçura e uma beleza que transcende os padrões físicos. Sarah por sua vez conhecia algo diferente pela primeira vez em sua vida, o irônico era que por um momento ela podia entender como funcionava as percepções emocionais de um autista, porque nem mesmo ela conseguia entender o porque de tanta admiração por Sam, ela o via como um amigo, mas se surpreendia com ele a cada dia que passava, e se surpreendia com o esforço que ele fazia para passar momentos com ela, como era difícil...
Como todos os dias, Sam saiu do carro e se despediu de sua mãe, ele olhou para as árvores, as folhas que corriam sob o chão do jardim do colégio e se preparava para entrar na escola, mas foi surpreendido:
- Oi Sam - disse Sarah.
- Ahhhh - gritou Sam.
- Desculpa se te assustei, sua cara foi muito engraçada. - Riu Sarah.
- Oi Sarah, como você está? Porque está aqui? - Perguntou Sam.
- Vim te acompanhar, vamos entrar juntos na escola! - Exclamou Sarah.
- É... Sarah... Não sei se é uma boa idéia - continuou Sam - As pessoas vão ver e ficarão falando coisas que não sabem, e suas amigas? E o Ross? Pode ficar bravo!
- Eu não me importo com o que as pessoas vão falar, que se danem elas e seus preconceitos, elas não te conhecem Sam, só vêem o autismo em você e não percebem que você é uma pessoa incrível - Continuou Sarah - além do mais, minhas amigas tem as outras, e quanto ao Ross? Não estamos mais juntos, não fala mais dele.
Sam balançou a cabeça consentindo que entraria com Sarah, e naquele momento uma das cenas mais icônicas acontecerá naquele colégio, Sam e Sarah passavam por todos os outros, conversando e rindo um para o outro, os outros alunos pararam suas conversas para olhar, o garoto autista que por anos sofrerá com o preconceito da escola estava entrando na escola junto com a garota mais cobiçada e bela do colégio, por um momento tudo parecia acontecer em câmera lenta, Maggie e suas amigas olhavam a cena com um semblante sorridente e feliz, em contrapartida, Ross junto ao time de futebol, olhava furioso, queria lacrimejar, mas sua masculinidade frágil não permitia.
Todos sentaram em suas cadeiras, Ross permanecia em fúria.- Muito bem, hoje eu quero que vocês se preparem, vocês tem até amanhã para montar uma maquete explicando os processos de mitose e meiose - continuou o professor Andrews - em dupla!
A sala toda começou a resmungar, era pouco tempo para se fazer uma maquete, mas Andrews queria testar os limites e capacidades de seus alunos.
- Vão parar de resmungar? Quais são as duplas? - perguntou Andrews.
Sam olhou de um lado para o outro, avistou Tony e quando ia chama-lo, foi interrompido:
- Eu e o Sam, professor! - se adiantou Sarah.
Sam olhou para ela com semblante assustado, que retribuiu com um sorriso, enquanto Ross se contorcia de ódio.
- Muito bem, Sarah e Jones... Quem mais? - Disse Andrews.
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Stand by me
RomanceApós perder seu irmão em um trágico acidente de carro, Sam, um jovem autista e morador de uma pequena cidade do interior precisa aprender a lidar sozinho com o bullying, o preconceito e as dificuldades de seu último ano letivo escolar. Em meio ao ca...