Capítulo 11

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Maggie e Katy tentavam escutar pela porta do refeitório o que acontecerá na secretária. Sarah caminhava de um lado para o outro com uma das mãos sob a parte inferior do queixo. O intervalo já havia terminado, os alunos já haviam retornado a suas respectivas salas de aula, mas temendo uma crise de Sam, Sarah havia ficado para estar ao seu lado quando ocorresse.

- Sam, você precisa se acalmar, está tudo bem... - Tony tentava o confortar.

Sam estava sentado ao chão, com a cabeça apoiada entre os joelhos, ele a golpeava com as mãos abertas e urrava silenciosamente.

- Vamos ter que ligar para a mãe dele? - sugeriu Acelya.

O coordenador Willians consentiu que sim com a cabeça.

- Não é necessário, espera... Dêem tempo a ele, ele vai se acalmar! - Afirmou Tony.

Ross estava a olhar a situação, por mais que ele não se permitisse sentir empatia por Sam, ele não estava em seus melhores dias e até aquilo o incomodará. Ele então saiu da secretaria e caminhou pelo corredor, abrindo grosseiramente a porta do refeitório onde estavam as meninas. Ele passou com um semblante fechado, não demonstrava estar enfurecido, mas olhou nos olhos de Sarah e entregou um sentimento de frustração. Ross então deu meia volta no refeitório e adentrou o corredor que dava acesso as salas de aula.

- Você viu a cara dele? - perguntou Maggie.

- Eu conheço bem o Ross, ele não está bem, deve ter acontecido algo lá dentro - concluiu Sarah - vou entrar!

Sarah então abriu a porta, as meninas não tentaram impedir, sabiam que seria em vão. Sarah então percorreu o corredor, eufórica, até abrir a porta e encontrar Sam em um estado estarrecedor.

- Sam... O que houve? - perguntou Sarah.

Tony então passou a mão esquerda em sua rasa barba e resmungou.

- E-eles não entendem, Sarah - lamentou Sam - o que é justo nessa escola?

Sarah olhou para Tony e rapidamente olhou para Acelya e Willians, franziu as sobrancelhas e perguntou:

- Porque está dizendo isso?

Sam então a olhou com o mesmo olhar fundo de sempre.

- O Tony foi expulso da escola - lamentou Sam - por me defender no dia do baile...

A expressão facial de Sarah demonstrou surpresa.

- É verdade? É sério? - Sarah perguntou a Tony.

- Infelizmente é verdade, eles me deram até amanhã, o conselho e a ouvidoria vão me ouvir para decidir se levam o caso a justiça ou não... - lamentou Tony.

Acelya e Willians abaixaram a cabeça e contraíram os lábios, Sam continuava cabisbaixo.

- Sam, vai ficar tudo bem... Você confia em mim, não confia? - perguntou Sarah.

Sam balançou a cabeça afirmativamente.

- Então vamos, já está quase dando a hora de ir embora, nós vamos conversar sobre isso, está bem? - disse Sarah.

Sam então se levantou, ele apertava suas mãos como forma de aliviar a crise que havia o acometido. Ele e Sarah então deixaram a secretaria, seguidos por Tony que antes dará um último olhar decepcionante a Acelya e Willians.

O restante do dia foi lastimável, Sam mal conseguia concentrar-se na aula, esteve cabisbaixo o tempo inteiro. Tony esteve a morder a tampa de sua caneta durante boa parte do tempo, era uma forma de aliviar o estresse que o dia proporcionará. Sarah alternava suas reações entre levantar e abaixar a cabeça, bufava o tempo inteiro, ela sabia como a saída de Tony afetaria Sam.

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