Tudo naquele momento parecia perfeito, todos paravam para vislumbrar a dança de Sam e Sarah. O olhar de todos presente naquele momento entregará espanto, Sam nunca havia ido a um baile, sabiam que ele não suportava festas, multidões, música alta e principalmente as luzes, mas ele estava fazendo um esforço muito grande por Sarah. Ross fixava aquele momento furioso, por um momento o tempo parecia percorrer vagarosamente, os loiros cabelos de Sarah estavam presos a um coque preparado especialmente por Maggie, seu vestido vermelho parecia brilhar quando encostado ao smoking preto de Sam, que naquele momento descobrirá que o que estava sentindo era inexplicável, ele estava se apaixonando por Sarah e ela por estar com a cabeça recostada sem seu peito, sentia os ofegantes batimentos de seu coração. Os dois ergueram a cabeça e olharam um para o outro, era o momento propicio para um beijo, estava prestes a rolar.
Michael olhou para Ross que passou a analisar o ambiente ao redor, sua mente perturbada não iria permitir que tal feito acontecesse ali, na frente de todos, com ele olhando sem poder fazer nada. Mas como toda mente maldosa, a de Ross teve uma ideia maquiavélica, enquanto a música romântica tocava, ele saiu empurrando todos ao seu redor, Michael estranhou. Ross foi até o DJ e pediu:
- Troca essa música por favor!
- Foi mal irmão, tá todo mundo curtindo o momento e tals... - balbuciou o DJ.
Ross sacou de seu bolso um maço com alguns dólares e deu nas mãos do DJ, disfarçadamente. O homem responsável pela música da festa guardou o dinheiro no bolso, olhou para os lados e bocejou inquieto.
- Fala aí, que música, tu quer? - perguntou o DJ.
- Coloca qualquer música eletrônica aí, deixa o som bem agudo e aumenta até o último volume... O time de futebol vai jogar amanhã e merece uma festa digna. - respondeu Ross.
- Tá certo.
Antes que o DJ executasse a ação, Ross aind fez uma última pergunta.
- E onde estão os refletores de luzes coloridas?
- São aqueles ali no canto. - respondeu o DJ.
- E como liga isso? - insistiu Ross.
- É só tirar os atuais da tomada e colocar esse aí, vai ficar tudo escuro irmão... Mas aí vai começar a piscar esse salão inteiro.
Sarah e Sam aproximavam seus rostos, todos imaginavam que ali fosse rolar algo, as líderes de torcida sorriam copiosamente, Maggie abraçará Tony de lado e recostou a cabeça no ombro dele, que por sua vez filmava com o celular. Sam fechou os olhos, não podia fazer aquilo de olhos abertos, era a primeira vez, não iria conseguir olhar nos olhos de Sarah, que por sua vez sorria e ia de encontro aos lábios de Sam. Mas antes que acontecesse o suposto beijo entre os dois, as luzes do salão se apagaram.
"O que é isso?"
"Acabou a luz?"
"Acho que faltou energia..."
Dentre toda escuridão, era possível se escutar perguntas desse tipo. Tony ligou a lanterna do celular e tentou avistar algo. De repente uma altíssima e aguda música eletrônica começará a tocar e as luzes se acenderam, mas desta vez piscantes e coloridas, se externando por todo o salão, propagando flashes por toda aquela multidão de alunos. O DJ então resplandeceu uma luz sobre si, mas fora empurrado por Ross.
- Quem quer ver o colégio Barkley bater nos caras amanhã começa a fazer barulho aí porque a festa de verdade começou! - Disse Ross ao microfone.
Então uma multidão se aglomerou no centro do salão e começará a dançar e gritar. Sarah olhou para Sam, a beleza de seu rosto formará um semblante de preocupação, pois Sam começou a tapar os ouvidos e piscar freneticamente. Tudo naquele momento era tão perturbador para Sam, as luzes faziam doer os olhos, a sua sensibilidade tomará conta de suas sensações neurológicas, as pessoas se encostavam nele e o empurravam na tentativa de dançar, o que piorava a situação. A música aguda perturbava os ouvidos de Sam, ele começou a tremer, ficou eufórico, ajoelhou-se no chão e fechou os olhos, tapando os ouvidos, enquanto as pessoas o empurravam, jogando-o de um lado pro outro.
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Stand by me
RomanceApós perder seu irmão em um trágico acidente de carro, Sam, um jovem autista e morador de uma pequena cidade do interior precisa aprender a lidar sozinho com o bullying, o preconceito e as dificuldades de seu último ano letivo escolar. Em meio ao ca...