Capítulo 15

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Caos, desespero, tristeza, pânico e tantos outros adjetivos horripilantes... Este era o cenário que viverá o colégio Barkley nos últimos dias. Primeiro, o incêndio, que pela bravura de Sam, não ceifou a vida de Sarah. Agora, um atentado contra a vida de Tony. Era difícil conviver sem medo naquele colégio, mas a medida em que os fatos aconteciam, todos na escola começaram a perceber que não era uma mera coincidência, alguém estava cometendo tais atrocidades.

- Ele passou a noite inteira nessa poltrona? - disse Sarah.

- Sim, desde ontem ele não comeu nada... - respondeu Elizabeth.

Sarah e Elizabeth olhavam de fora do quarto hospitalar, especificamente por um vidro onde os médicos e enfermeiros podiam observar os pacientes. Tony estava em estado crítico, a bala atingiu seu abdômen e ficou alojada dentro de seu corpo, os médicos estavam a analisar a gravidade dos ferimentos e a possibilidade de ter atingido algum órgão vital, mas de certo, Tony precisaria de uma cirurgia, estava sedado a base de morfina para não sentir dor. Sam não havia saído ao lado de seu amigo por um instante sequer, não se alimentava pois não lhe agradava a comida do hospital, ficou acordado a noite toda até seus olhos cederem ao sono, mas ele não sairia do lado de Tony. Por conta do atentado, o colégio Barkley novamente cessou as aulas temporariamente por dois dias, a polícia pediu intervenção para seguir uma linha de investigação onde o incêndio e o atentado contra Tony estivessem interligados.

Sam acordou, com os olhos pesados e ainda sonolento. Pouco a pouco ele foi despertando-se de um sono leve e mal dormindo, esfregando os olhos, passou a notar de forma embaraçada que Tony ainda não havia acordado e respeitava sob a ajuda de oxigênio. Sam ficou pensativo, virou o rosto de lado, contraiu os lábios de forma que se pudesse presenciar tristeza em seu semblante e passou a lacrimejar.

- Sam...

Sarah foi entrando vagarosamente no quarto.

- Você está bem? Não comeu nada e passou a maior parte do tempo aqui... - disse Sarah.

Sam a olhou, com os olhos marejados de lágrimas e apenas balançou a cabeça. Sarah então foi se aproximando de seu namorado e com a mão esquerda lhe esfregou os cabelos, como uma forma de carinho e consolo.

- Tudo isso... É minha culpa! - concluiu Sam.

- Isso não é sua culpa, o Ross não tem o direito de culpar os outros pela vida dele estar desse jeito, por coisas que ele mesmo cometeu... - consolou Sarah.

Sam começou a apertar suas mãos, a euforia era o único sentimento que não passaria despercebido em si naquele momento.

- Eu não posso mais ver as pessoas que eu amo se machucarem, Sarah, não posso...

- Meu amor, nós vamos resolver isso, está bem? Não se preocupa. - disse Sarah.

Sam apenas afirmou com a cabeça.

- Eu vou descer lá em baixo pra pegar um café, qualquer coisa me liga, está bem? - perguntou Sarah.

- Tá bom. - respondeu Sam.

Sarah o olhou com tristeza e o deu beijo no rosto, logo em seguida deixou o quarto para pegar seu copo de café.

Sam se levantou, com as mãos ainda entrelaçadas em um aperto envolvente, aproximou de Tony e o olhou por alguns segundos.

- É meu amigo, se eu tivesse chegado a tempo, você não estaria nessa situação... - Sam lacrimejou virando o rosto - eu não posso te perder, Tony... Você precisa reagir!

- Hey, Sam... - Sussurrou uma voz.

Era Joel, o desconhecido daquele dia na detenção. Sam o olhou, ainda com os olhos marejados de lágrimas.

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